Mais de três anos depois de iniciada, a Unidade de Pronto Atendimento 3 (UPA 3), no bairro Botafogo, não será inaugurada neste ano, como chegou a projetar a prefeitura nos últimos meses. O novo obstáculo para que o espaço que substituirá o Pronto Atendimento 24 Horas seja, enfim, entregue à comunidade de Bento Gonçalves é a abertura de mais um processo licitatório para a conclusão da obra. O edital já foi lançado e diz respeito à transferência do gerador e alimentação dos quadros de energia elétrica do prédio, ao custo de R$ 156,8 mil.
Como a empresa que executará o serviço – se o procedimento não resultar deserto, a exemplo de outros – será conhecida somente no dia 8 de dezembro e, a partir da ordem para iniciar os trabalhos, terá dois meses para sua conclusão, esta etapa deverá ficar pronta entre a metade e o final de fevereiro de 2015. Depois disso, vem a fase de revisão e instalação dos móveis e equipamentos e da mudança, que pode durar pelo menos mais um mês e meio. Assim, o provável prazo para que a UPA 3 entre em funcionamento é jogado para abril do próximo ano.
A necessidade de uma nova licitação surpreendeu o Poder Público, que mantinha a esperança de ver a UPA 3, promessa do governo passado, aberta até dezembro. Até o final de novembro, os trabalhos de eliminação de infiltrações e acabamentos estrutura e o fechamento da ala de internação, que fica na parte de trás e segue inacabada, serão praticamente concluídos. Internamente, a ordem é cautela para inaugurar a UPA somente quando não houver riscos de que o início de suas atividades já exija consertos ou traga outros imprevistos que compliquem o pleno atendimento, que deve ser oferecido a 13 cidades e um total de 260 mil habitantes de municípios da Serra.
Mas a empresa responsável pela tarefa voltará após a execução do serviço elétrico que agora está em licitação, para estabelecer algumas ligações que estão pendentes. As intervenções mais problemáticas, para acabar com as infiltrações de águas, já foram resolvidas. “Tivemos como teste chuvas fortes nas últimas semanas e não entrou mais nada de água. Agora são mais alguns detalhes de acabamento e, depois, ficamos dependendo da parte elétrica. Mas, de nossa parte, está tudo dentro do prazo, o que precisamos saber é se nosso contrato vai ser ampliado para se encaixar no outro ou se paramos e voltamos”, afirma o engenheiro responsável pela obra, Dinarte Motta, da empresa Analuza, que trabalha atualmente no empreendimento.
O valor da UPA 3
Em julho deste ano, de acordo com dados apresentados pela secretaria de Finanças, já haviam sido investidos R$ 5.454.382,02 na construção. O total não considerava ainda o valor da contratação da Analuza, que receberá R$ 874.951,96 pelos serviços. Ou seja, com a soma, a UPA teria custado R$ 6,3 milhões à prefeitura, segundo as planilhas do Poder Público municipal. Com a necessidade do novo aporte, esse montante irá beirar R$ 6,5 milhões. Entre o final de 2012 e meados de 2014, a obra permaneceu paralisada pela crise nas finanças públicas.
Custos e abrangência
A previsão de investimento mensal de manutenção da UPA 3 é de R$ 1,4 milhão, mas a definição do valor de custeio só será possível após seu funcionamento. O que está confirmado até agora é a destinação de R$ 850 mil por mês dos governos estadual e federal. O restante entrará na conta da prefeitura, mas, segundo a SMS, poderá ser rateado por meio de acordos com as outras 12 cidades que utilizarem a estrutura.
A nova licitação
Ao custo previsto de R$ 156,8 mil, a empresa contratada no processo licitatório que encerra no dia 8 de dezembro deverá desenvolver as seguintes ações: instalar todos os circuitos alimentadores da UPA; transferir o gerador para a nova central elétrica; construir uma caixa de passagem em alvenaria e uma tampa em concreto para a caixa a ser desativada; aumentar a canaleta no piso; instalar quatro eletrodutos; emendar e levar até o novo quadro de distribuição todos os cabos de alimentação; e remover o transformador e demais equipamentos, após o desligamento da subestação antiga.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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