UTI do Tacchini atinge 86% de ocupação

A UTI do Hospital Tacchini de Bento Gonçalves atingiu 86% de ocupação entre essa quinta-feira, 30/07, e esta sexta-feira, 31/07. São dois dias seguidos operando com quase lotação dos 50 leitos disponíveis. De acordo com dados do governo do estado, atualmente há 43 pessoas internadas na estrutura, sendo 20 pelo SUS e 23 por planos de saúde ou atendimento privado. Desses, 29 são pacientes confirmados com a COVID-19 e 3 são suspeitos – quase 75% do total de internações. 

Neste ano, a estrutura da UTI Adulto do Tacchini foi ampliada em 150%, passando a contar com 10 leitos exclusivos para a COVID-19, habilitados pelo governo do estado. Mesmo assim, a alta taxa de ocupação dos hospitais da região tem influenciado os indicadores negativos da Serra Gaúcha no modelo do distanciamento controlado do estado. 

O número de mortes em Bento Gonçalves também teve um salto nas últimas semanas: são 72 vítimas fatais até o momento. Somente em julho, já são 41 mortes registradas, uma média de 1,3 por dia, o que representa um aumento de 45% em relação ao mês anterior. Somente na quarta-feira, 29/07, foram confirmados 5 óbitos pelo Comitê de Atenção ao Coronavírus do município, o maior número até então em 24 horas.

Na quinta-feira, 30/07, no entanto, a prefeitura contestou uma das mortes. Foi incluído no boletim um óbito ocorrido no dia 20/07. A mulher, na faixa etária de 50 anos, estava internada no Hospital Tacchini e teria morrido com câncer de esôfago. Ela teve confirmação da COVID-19 no dia 09/06 e na quinta-feira, após revisão pela Secretaria Estadual de Saúde do Estado, teve confirmação do óbito como sendo causado pelo Coronavírus, por critérios da equipe do Centro de Operações de Emergências da Saúde (COE). “O município contesta a informação do óbito e irá recorrer junto à Secretaria Estadual”, avisou o comitê.

Curva da pandemia

Questionada sobre o cenário da pandemia no âmbito do Hospital Tacchini, a diretora técnica, Roberta Pozza, afirma que é possível perceber um aumento considerável de internações. “Observamos, durante esses quatro meses de pandemia, períodos com aumento de casos que necessitaram de internação hospitalar. Atualmente, estamos novamente em um desses momentos”, analisa. Apesar dessa alta, Roberta afirma que o número de internações nesse mês de julho tem se mantido estável, “com pequenas variações de semana a semana”.

Em relação à chamada “curva da pandemia”, a diretora afirma ser impossível determinar se o município já está, propriamente, vivendo o seu pico e quando será registrada uma queda efetiva nos números. “Como exemplo, podemos citar os locais da Europa que estão vivendo uma segunda onda da doença e estão precisando apertar novamente as medidas de segurança sanitária”, compara. “Ou seja, é preciso que nós continuemos atentos e realizando os cuidados necessários para que a estrutura hospitalar que temos à disposição continue suprindo todas as necessidades da população”, finaliza.