Utilização da Walter Galassi divide opiniões
O ano de 2014 começou sem consenso para mais uma proposta de mudança de local para a Feira Ecológica realizada no Centro nas tardes de terça-feira. A mais recente oferta da prefeitura foi a utilização da praça Walter Galassi, ao lado da rua Marechal Floriano, de onde os comerciantes foram transferidos em abril de 2013. Com a ida para a rua Félix da Cunha, junto à praça Centenário, eles alegam estar enfrentando perdas nas vendas que, em média, chegariam a 50%.
A condição da administração municipal para instalação das tendas na Walter Galassi era de que a feira deixasse de funcionar apenas à tarde e passasse a ocorrer durante todo o dia. Os produtores rurais teriam, segundo o governo, a liberdade de escolher qualquer dia da semana. Mesmo assim, ainda não há definição por parte dos agricultores, já que muitos alegam que se tornaria inviável conciliar o novo formato com as outras duas edições, realizadas nas manhãs de terça-feira, no São Roque, e nas tardes de sexta, na Cidade Alta.
Os feirantes se reuniram nesta semana, mas, de acordo com um dos representantes do grupo, Jorge Salton, a maioria dos que debateram a nova proposta prefere que, mesmo colocada na praça, a feira se mantenha apenas à tarde. Outro fator que contribui para o impasse é o fato de que os caminhões que hoje servem de apoio aos comerciantes não poderão ficar junto às bancas. “Sem o caminhão por perto complica bastante, porque nem todos podem descarregar tudo de uma vez. E também vamos ter que pagar um estacionamento particular”, afirma Salton.
O secretário de Desenvolvimento da Agricultura, Thompsson Benhur Didoné, destaca que a prefeitura pretende disponibilizar carrinhos para facilitar o transporte das mercadorias e que a oferta apresentada pelo Poder Público deve ser a última. Depois, qualquer decisão tende a ser tomada unicamente pela administração, que pretende, em março, rediscutir o estatuto da associação que reúne os agricultores e também pode reavaliar definições quanto a datas e espaços para a feira. “Nós estamos dando uma oportunidade de ouro, é o melhor ponto da cidade. É um local arborizado, tem água, luz, banheiro, restaurantes próximos e um grande movimento. Não vejo outra alternativa, mas posso dizer que não voltaremos a trancar a rua. De nossa parte, estamos muito tranquilos, porque fizemos tudo que pudemos”, ressalta.
Para Didoné, o deslocamento dos produtos com os caminhões estacionados em outros lugares não tornaria a reformulação inviável. “É assim em muitas outras feiras, por que aqui também não pode ser? Há 20 anos até era possível deixar o caminhão, mas agora tudo é mais complicado em função da mobilidade. Tudo é uma questão de adaptação, mas eles têm que saber o que realmente querem. E não dá para aceitar o custo do estacionamento como desculpa, porque não seria um valor tão alto. Mas, se não quiserem mudar, tudo fica como está e, em março, a secretaria decide o que fazer”, completa.
Ainda em 2014, a prefeitura pode elaborar o projeto para implantação de um centro de comercialização que poderia se espelhar em modelos de mercados públicos ou de centrais de abastecimento do Estado e abrigar os produtores de hortifrutigranjeiros do município. “É importante começarmos a sair do discurso e colocar isso no papel. É algo que Bento já tem condições de ter”, conclui.
Redução e protestos
Depois da transferência da Feira Ecológica para a rua Félix da Cunha, em abril de 2013, os produtores rurais alegam perdas na comercialização que, em média, chegariam a 50%. Em alguns casos, segundo relatos, a diminuição no volume de vendas foi de até 70%. A mudança, segundo a prefeitura, foi uma forma de acabar com prejuízos à mobilidade urbana causados pelo bloqueio de uma das pistas da Marechal Floriano. Em nove meses, foram realizadas várias reuniões, que cogitaram, inclusive, a Via del Vino ou a rua Cândido Costa como novos locais. No mês de agosto, em protesto, os feirantes voltaram a se instalar na Floriano, dessa vez pela manhã, sem autorização da prefeitura.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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