Os produtores de uva de Bento Gonçalves estão entregando os últimos lotes para as vinícolas da região. A safra tem seu término oficial nesta semana, com a colheita das variedades tardias. Os agricultores comemoram a qualidade da produção. Conforme o secretário da Agricultura, Thompsson Benhur Didoné, foi feita uma análise nos vinhos coloniais, que apresentaram resultados excelentes.
Segundo Thompsson, em Bento Gonçalves deve haver uma queda de cerca de 8% na produção em relação ao ano passado. “As uvas tardias apresentaram uma graduação até acima da média”, aponta. A safra, que costuma ter início no final de dezembro, foi antecipada para o início do mês, com a produção precoce de uvas de mesa ocasionada pelo calor fora de época. Bento tem hoje 1.700 famílias que cultivam a fruta.
Na Vinícola Aurora, a qualidade foi comemorada, principalmente em relação às uvas precoces. Dos 2,8 mil hectares cultivados pelos 1.100 produtores cooperados à empresa, a Aurora recebeu 57 milhões de quilos de diversas qualidades da fruta, dois milhões a mais do que no ano passado.
Na Vinícola Salton, a safra 2012/2013 também está sendo comemorada. “A qualidade da fruta está muito boa, em especial no que diz respeito às variedades precoces utilizadas para a produção de espumante”, revela o diretor técnico, Lucindo Copat. A empresa possui 500 famílias parceiras, que cultivam dois mil hectares de parreiras, incluindo propriedades localizadas em Bagé e Santana do Livramento. Nas regiões de fronteira a qualidade da uva foi inferior devido ao clima chuvoso no início da produção, o que pode explicar uma quebra de cerca de quatro milhões de quilos de uva – em 2012 foram 19 milhões, contra 15 milhões neste ano.
Já na Serra, as condições climáticas para a produção foram consideradas ótimas, desde a estação fria, seguida de uma primavera seca e floração uniforme. “No período de início da maturação tivemos um comportamento climático propício para a viticultura, com dias quentes e noites frias, aumentando a intensidade de cor e concentração de açúcares”, explica o enólogo da Aurora, Flávio Zílio.
De acordo com ele, se comparados os anos de 2013 e 2012, é possível afirmar que as duas safras se equivalem, sinalizando o bom domínio da vitivinicultura na Serra Gaúcha. “Todas as variedades se apresentaram com boa qualidade, mas algumas variedades precoces se destacaram, como Chardonnay, Riesling, Merlot, Pinot Noir e a Tannat”, comenta o enólogo.
Reportagem: Elisa Rossi Kemmer
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