Uvas brancas devem ser destaque da safra 2015
Na Serra Gaúcha, a safra 2015 deve beneficiar vinhos brancos e espumantes, produtos das primeiras variedades de uva a serem colhidas, em sua maioria brancas. As condições climáticas dos últimos meses de 2014 até janeiro, quando as cultivares precoces começaram a ser colhidas, foram o fator determinante para o desenvolvimento positivo desses cachos – as chuvas mais intensas dos últimos dias, entretanto, podem não favorecer as suas sucessoras, tintas.
Mesmo assim, o técnico agrícola da Emater, Neiton Perufo, considera a qualidade das frutas já colhidas mediana. “A sanidade está regular. As chuvas desde novembro atrapalharam um pouco, diminuindo a graduação de açúcar”, afirma.
A variedade Jacquez (Seibel Pica Longa), por exemplo, que normalmente apresenta de 19 a 20 graus Babo, tem registrado até 14 graus. O quadro foi parcialmente revertido pela queda nas precipitações logo antes da colheita, em janeiro. Outras variedades, como a Chardonnay, Pinot Noir e Riesling, utilizadas para a produção de espumantes, entregues nas vinícolas ainda no início do ano, foram consideradas com acidez acentuada, característica positiva para o produto final.
Definida pelo grau de açúcar, a qualidade da fruta em geral, no entanto, é considerada inferior à do ano passado. Atualmente sendo colhidas, as uvas tintas, como a Isabel, ainda não podem ser avaliadas como um todo, mas com as chuvas dos últimos dias, a expectativa é que fiquem aquém das precoces. “Ainda depende do tempo, mas o ideal é que não tenha muita chuva no final da maturação e na colheita”, explica Perufo.
A colheita das tardias deve se estender até o final do mês, segundo a Associação de Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), que considera o prazo adiantado – em 2014, a safra foi até metade de março. De acordo com o diretor Técnico da Aprovale, André Larentis, a antecipação da vindima no Vale dos Vinhedos se deve ao calor excessivo registrado na primavera.
Essa antecipação também teria beneficiado os brancos, segundo o presidente da entidade, Márcio Brandelli. “Não colhemos safras excepcionais todos os anos e o melhor é saber extrair de cada safra o que de mais sublime ela oferece. Neste ano, os vinhos brancos e espumantes terão maior destaque”, confirma. “Os consumidores poderão comprovar na taça bons vinhos brancos e bons espumantes”, acrescenta.
A quantidade total ainda não foi contabilizada, mas a média produzida na região é de 110 a 120 milhões de quilos. As vinícolas da Serra ainda utilizam matérias-primas de outros locais do Estado e do país.
Reportagem: Priscila Pilletti
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