Valorização!

Estamos vivendo momentos difíceis, principalmente aqueles que juraram dedicar a vida em prol da Humanidade, como os profissionais da saúde. A pandemia escancarou a fragilidade que os serviços de saúde apresentam em todo o globo, e o quanto os profissionais dessa área são pouco valorizados. Mas o que muitos não sabem é quanto tempo leva um destes profissionais a se preparar para estar hoje na linha de frente.

Se considerarmos que nunca deixamos de nos aperfeiçoar, não temos como mensurar este tempo, mas a formação inicial vai de 2 a 6 anos, dependendo o curso escolhido. E nesse período são muitos os desafios: noites sem dormir, muitas vezes em virtude de estudar até altas horas, o tempo para se deslocar até as instituições de ensino, associar o trabalho ao estudo, cuidar da casa, criar os filhos, entre outros tantos desafios que estes profissionais enfrentam para buscarem a tão sonhada formação. E para quê? Para poderem exercer a missão a qual foi-lhes destinada, cuidar do próximo, muitas vezes colocando a sua própria vida em risco. Mas o que estamos fazendo por estes profissionais? 

Sabemos que eles estão ali para nos estenderem a mão no momento mais difícil de nossas vidas, quando nos colocamos de joelhos perante uma doença. E eles estão ali! Ao nosso lado, fazendo o que for preciso para a nossa recuperação e para que possamos voltar ao convívio da nossa família. Mas e eles? Bom, sobre essa resposta podemos acompanhar nos noticiários, redes sociais e através dos depoimentos dos próprios profissionais. Estão exaustos, desmotivados e muitas vezes refletindo se vale a pena se colocar em risco perante a uma humanidade que não valoriza a própria vida. 

Muitos erros foram cometidos durante esta pandemia, principalmente no que se refere à postura das pessoas, mas também hábitos que estavam esquecidos por muitos voltaram a ser praticados, como higienizar as mãos, trocar de roupa ao entrar em casa, higienizar nossas compras antes de entrarmos em nosso lar, e diversos outros. Mas, para aqueles que desdenharam tudo isto, o resultado chegou, e não é uma segunda onda, mas a continuidade da primeira que não havia sido eliminada. E quem paga por este descuido ou irresponsabilidade? Bom, é fácil transferirmos a responsabilidade neste momento, mas o que não podemos esquecer é que AINDA continuam de pé aqueles que nos estenderam a mão lá atrás: os profissionais da saúde.

Espero realmente que, após superarmos esta pandemia, eles sejam verdadeiramente reconhecidos e valorizados, e não somente com um abraço ou flores, que também são muito importantes, mas principalmente por melhores remunerações, pois a trajetória para estarem ali é longa e sempre precisaremos que nos estendam a mão.
 

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