Vaner Flores: com crédito para sonhar

Desde o final de 2011, primeiro ano em que o Bento Gonçalves Futsal (BGF) contrariou prognósticos e alcançou as semifinais da Série Ouro, toda a novela de contratações e renovações, ao final da temporada, tinha um capítulo dedicado ao técnico Vaner Flores. Considerado o principal responsável por conduzir a modesta equipe de Bento à condição de protagonista no salonismo gaúcho, não tem faltado propostas ao treinador desde então. No final desta temporada, entretanto, a novela deve se resumir ao plantel. Pela primeira vez, Vaner renovou por dois anos com o clube, e seguirá no comando pelo menos até o final de 2015.

“A decisão foi tomada, primeiramente, porque é um lugar bom para trabalhar. Eu tenho a admiração dos caras que comandam, o respeito de todos eles, conquistado pelo trabalho realizado até aqui. Além disso, o BGF sempre montou equipes competitivas. Esses são alguns dos fatores que me fizeram, junto com a minha família, optar por permanecer”, justifica o treinador. 

A renovação por dois anos ocorre justamente após a temporada mais turbulenta da história do clube, com greve de jogadores e constantes queixas em função dos salários atrasados, o que acabou tendo reflexos dentro da quadra, com uma campanha aquém das alcançadas em anos anteriores. Com todos os obstáculos enfrentados em 2013 e assédio de outras equipes, portanto, seria natural que o técnico colocasse um ponto final no ciclo vitorioso à frente do clube. A confiança de que é possível chegar ainda mais longe, porém, falou mais alto. “Sou movido a desafios, minha vida inteira foi assim. Todos os dias busco coisas novas, busco me aprimorar para transformar equipes às vezes desacreditadas em vitoriosas e competitivas. Essa é a minha filosofia de vida, tenho a vontade de estar cada vez mais ultrapassando barreiras, com grandes dificuldades, mas sempre trabalhando e buscando a excelência no trabalho. Esse é meu modo de ser, sempre foi e isso sempre vai existir comigo”, relata. 

Não foram poucas às vezes que Vaner ultrapassou penosas barreiras no comando da equipe. Os terceiros lugares na Série Ouro em 2011 e 2012 foram históricos, mas não tão marcantes quanto o triunfo sobre a ACBF, em 2013. Apesar de todas as dificuldades já conhecidas da temporada passada, o BGF marcou na história uma conquista que acabou com tabu de 14 jogos sem vitória sobre o time laranja. “Fizemos um jogo sublime, fomos realmente espetaculares. Essa partida nunca vai sair da minha memória, todos querem ganhar de um time com a envergadura do Carlos Barbosa, dá para contar nos dedos as equipes que venceram lá dentro, e eu comandei um time que conquistou isso. Para mim, nunca vai ser esquecido”, destaca. 

As circunstâncias neste ano novamente são pouco otimistas. Com orçamento modesto e elenco jovem, formado em sua maioria por pratas da casa, o time está longe de ser um dos candidatos a brigar pela ponta de cima da tabela. Vaner, no entanto, já está acostumado com esse contexto e, contra todos os prognósticos, acredita que pode novamente fazer do limão uma limonada. Se chegará lá, é cedo para afirmar, mas por tudo o que já conquistou à frente clube, tem crédito para sonhar. 

Reapresentação

O elenco para a temporada 2014 foi oficialmente apresentado na última terça-feira, dia 18. Na sequência, iniciou a pré-temporada sob o comando do preparador físico Marcos Reni Machado. Com relação aos jogadores que já haviam sido anunciados, a novidade foi o goleiro Daniel, 19 anos, aprovado em peneirão realizado no último final de semana. Em contrapartida, o também goleiro Diego, inicialmente confirmado, acabou não acertando sua vinda. 

De acordo com o presidente e diretor de futsal, Alcindo Somensi, o clube busca mais um pivô e um ala para fechar o plantel que disputará a Série Ouro. Já para a Copa Lupicínio Rodrigues, no segundo semestre, a ideia é buscar receitas e agregar qualidade ao elenco, já que o torneio definirá os dois rebaixados à Série Prata.


Os números do treinador no BGF

Vaner contabiliza 132 jogos no comando do BGF desde o segundo semestre de 2010. De lá para cá, foram 56 vitórias, 53 derrotas e 23 empates. 

Reportagem: João Paulo Mileski

 

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