Vaner Flores completa cinco anos à frente do BGF
Quando anunciado pelo Bento Gonçalves Futsal (BGF) para suceder Régis Carvalho, em 2010, o jovem técnico Vaner Flores, então com 39 anos, era recebido como uma aposta, com currículo que se limitava a campanhas promissoras na Associação Garibaldi de Esporte e Lazer (Agel). Desde então, no entanto, cinco anos se passaram e o santiaguense não apenas segue no comando da equipe como fixou residência com a família na cidade, o que indica que a aposta não poderia ter sido mais certeira.
Vaner completou o quinquênio no dia 2 de agosto com sensações dinstintas. Por um lado, foram cinco anos que consolidaram o BGF como uma das maiores forças do salonismo gaúcho (foi terceiro colocado no Estado em 2011 e 2012) e deram notoriedade ao trabalho do treinador, que já recusou três propostas para sair. Por outro, contudo, Vaner considera este o momento mais difícil no comando do clube. O elenco que começou a temporada com 13 atletas foi reduzido a oito – incluindo três goleiros – e as baixas ainda não foram repostas em função das dificuldades para encontrar jogadores que se adequem à realidade financeira. O grupo quantitativamente limitado deixou o treinador com problemas até mesmo para conduzir os treinos em algumas ocasiões. “Acho que o momento mais difícil, nesses cinco anos, a gente está passando agora. Projetávamos a equipe de uma maneira, mas o investimento parou e a coisa começou a andar para trás. A diretoria está agindo com os pés no chão e não pode ser diferente. O momento mais difícil mesmo foi na semana em que perdemos o Gabriel e depois o Silon, que é um icone dentro do BGF. A gente imaginava que conseguiria agregar valores e pensava até mesmo em chegar entre os quatro do Estado, mas em alguns momentos, com quatro ou cinco jogadores, não conseguimos nem treinar”, lamenta o treinador, que para complementar o grupo foi forçado a antecipar a ascensão de jogadores das categorias de base.
Apesar de todas as adversidades, no entanto, tudo indica que Vaner recusará outro convite que surgiu recentemente para deixar o BGF. A palavra mais repetida pelo treinador ao longo destes cinco anos foi “trabalho” e é nela que ele se sustenta para superar o momento infausto e galgar novos degraus no comando do clube. “Em nenhum momento estou pensando em sair. Estou super feliz aqui, às vezes eu fico triste com alguns acontecimentos, mas a gente tem que saber que nem tudo na vida acontece da forma que queremos, e precisamos continuar buscando. Eu tenho que trabalhar e vencer, se eu tiver só os meninos da Sub-17 ou apenas quatro ou cinco adultos, preciso vencer e mostrar com aquilo que eu tenho. O futuro a Deus pertence, mas em nenhum momento penso em sair, estou pensando que o Alcindo (presidente) possa resolver as situações da melhor maneira possivel e que a diretoria esteja junto para que a gente continue buscando. Esse é o meu objetivo, estou feliz aqui com a minha família e quero permanecer”, ressalta.
A principal ferramenta na metodologia de trabalho do treinador são as dezenas de jogadas ensaiadas, que potencializam a limitação técnica da equipe e foram cruciais para a maioria das 82 vitórias nos 191 jogos à frente do BGF. Tão importante quanto o estudo tático, no entanto, ele considera a persistência. Um incansável e insistente docente nos treinos e jogos, Vaner acredita que a obstinação no dia a dia para introduzir a teoria à prática é o caminho para dar a volta por cima e tornar ainda mais duradoura a sua história no futsal bento-gonçalvense. “Eu só saio do ginásio se conseguir o meu objetivo, que é em cima daquilo que eu tenho e planejo como técnico. Eu chego ao ginásio super feliz, mas só saio contente e realizado se o objetivo em relação a treinamentos deu certo. Quando chego em casa já começo a planejar o que eu tenho para o outro dia, com quais eu posso contar, e é dessa forma que tem que ser. Eu acredito que o caminho é esse, planejando e pensando no que você pode fazer e no que os jogadores podem dar. Eu tiro o máximo do meu grupo e tem que ser assim, não pode ser diferente”, conclui.
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