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Veja como será o inverno no RS

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Foto: Diogo Zanetti/SERRANOSSA

O inverno no Hemisfério Sul começa no dia 21 de junho de 2023, às 11h58, e termina no dia 23 de setembro, às 3h50 (horário de Brasília). Conforme a MetSul Meteorologia, este será o primeiro ano nesta década em que a estação mais gelada estará sob El Niño, após três anos de La Niña

Influência do El Niño

O EI Niño, que altera o padrão de circulação geral da atmosfera em escala global, afetará o clima durante a estação. O fenômeno foi declarado há poucos dias pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, e está em seus momentos iniciais. Com isso, segundo a MetSul, a tendência é que o Oceano Pacífico Equatorial aqueça mais no decorrer da estação e o El Niño se fortaleça.

De acordo com as projeções do site de meteorologia, o evento deve ter seu pico de intensidade no último trimestre deste ano, ou seja, entre a primavera e o verão, quando os efeitos devem começar a ser sentidos com maior força.

Chuva deve ser acima da média

Em todos os anos, o inverno é o período mais chuvoso no Rio Grande do Sul, juntamente com a primavera. Com a presença do El Niño, a tendência é que a estação tenha um aumento da frequência de precipitação, principalmente em sua segunda metade.

Sob influência do fenômeno, aumenta o risco de episódios de chuva excessiva. A MetSul informa que o RS tem diversos precedentes de cheias de rios no inverno, independentemente das condições no Pacífico. No entanto, esses casos tendem a ser mais numerosos e mais graves em anos que contam com a presença do fenômeno.

Por isso, é altamente provável que o trimestre de inverno – entre junho e agosto – termine com chuva acima da a média na maior parte do Sul do Brasil. Por conta do evento extremo de chuva associado ao último ciclone extratropical que atingiu o Estado entre a última quinta-feira, 15/06, e sexta-feira, 16/06, parte do Rio Grande do Sul já teve metade do que costuma chover durante toda a estação em apenas dois dias.

Maior probabilidade de temporais

Em anos de Pacífico mais quente do que a média, como se espera nos próximos meses, o número de episódios de temporais deve aumentar. Os episódios podem registrar vento intenso e granizo.

Os meses com maior probabilidade são agosto e setembro, quando se espera maior incidência de ar quente. Segundo a MetSul, são os meses, historicamente, que marcam um aumento na frequência de tempestades de granizo e de vendavais.

Frio não deve ser rigoroso

Quanto à temperatura, a MetSul projeta um inverno sem frio forte persistente. Em anos de El Niño, episódios de frio muito forte não deixam de ocorrer, mas tendem a ser menos numerosos. Assim, a maior parte do Sul do Brasil deve ter uma estação de temperatura acima da média climatológica.

Junho e julho, os dois primeiros meses da estação mais geladas, são, historicamente, os períodos que registram as temperaturas mais baixas. Agosto e setembro, no entanto, tendem a ter mínimas e máximas mais elevadas. Neste ano, os dois últimos meses de inverno podem ter dias de forte a intenso calor, com marcas perto ou acima de 35°C.

Apesar de alegrar os corações dos amantes do verão, tais episódios com alta temperatura costumam preceder eventos de tempo severo no Sul do Brasil. A alternância entre calor e frio é maior agosto e setembro, o que tende a levar a bruscas mudanças de temperatura. Essa “virada” pode acontecer no RS com vento e tempestades severas. “Isso piora não apenas o risco de tempo severo assim como de danos para a fruticultura por oscilações radicais de calor para frio e vice-versa”, informa a MetSul.

Foto: JBM/SERRANOSSA

Vai ter neve e geada?

Conforme os especialistas, invernos sem frio rigoroso, mas que tiveram ondas de frio de maior intensidade, podem registrar neve no RS. Esse é o caso de agosto de 1965, ano que teve forte presença de El Niño. Sob o fenômeno, a maior chance de neve ocorre em eventos de frio em agosto e ou no começo de setembro.

A geada será registrada especialmente em junho e julho e ocorrerá mesmo com incursões de ar frio mais fracas.

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