Dispostos a presentear mais pessoas do seu convívio nesta Páscoa, os consumidores gaúchos apostaram em chocolates menores, bombons e ovos pequenos para contemplar familiares, namorados e amigos neste ano. Alavancadas pelo crescimento destes itens mais baratos, as vendas atingiram um crescimento real de 2% nos supermercados gaúchos em 2015, na comparação com o ano passado, conforme apurou a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). O endividamento dos consumidores, um acréscimo médio de 10% nos preços e a diminuição do poder de compra pelas altas dos combustíveis e da energia elétrica contribuíram para o crescimento moderado nas vendas, que atingiram a previsão dos supermercadistas. “Hoje, a tecnologia e a riqueza de informações permitem ao comerciante um planejamento estratégico muito eficiente, que reduz desperdícios e excessos nas negociações com a indústria. A venda de ovos de chocolate não cresceu em relação ao ano passado, o crescimento foi na data Páscoa como um todo”, salienta o presidente da Associação, Antônio Cesa Longo. Segundo ele, somente 2% dos quase 9 milhões de ovos colocados à venda não foram comercializados até este domingo (5) pelo setor.
Ao contrário do ano passado, quando os ovos de chocolate de maior valor agregado deram o tom da procura, neste ano os consumidores investiram em presentes pequenos para contemplar mais pessoas: na Páscoa passada, cada gaúcho presentou em média quatro pessoas na data, enquanto neste ano a média subiu para seis presenteados. Neste sentido, o setor supermercadista gaúcho preparou uma robusta “pré-Páscoa”, evidenciando nas gôndolas e na boca dos caixas pequenos ovos e caixas de bombons ao longo de todo o mês de março para estimular o consumo.
Cada vez mais aptas a decidirem o seu presente preferido de Páscoa, as crianças procuraram os personagens da moda e super-heróis em seus ovos de chocolate. O presidente da Agas destaca que outra mudança desta Páscoa foi a redução da quantidade de chocolate nos ovos infantis, com brinquedos maiores. “Há uma preocupação crescente com a saúde das crianças, que estão se prendendo muito mais ao brinquedo do que ao chocolate. Por isso, neste ano a indústria disponibilizou brinquedos maiores e mais chamativos, com menos chocolate. O que nas outras Páscoas era um ovo de chocolate com brinquedo, neste ano virou um brinquedo com um ovo de chocolate”, sublinha Longo.
Cerca de 20% das vendas de Páscoa ficaram para o sábado, véspera da Páscoa. Quem comprou na última hora, segundo o presidente da Agas, buscou oportunidades e, sobretudo, preço baixo. “A atração da última hora segue sendo o preço. O consumidor está muito atento e sabe qual ovo estava mais em conta neste momento”, afirma Longo.
No sábado, os supermercados do estado registraram o melhor dia em vendas de caixas de bombons da sua história, com cerca de 2 milhões de unidades comercializadas. No total, o crescimento deste item na Páscoa foi de 30% em relação ao ano passado. As cestas de Páscoa também registraram crescimento de cerca de 10% na comparação com 2014.
Entre os pescados, o incremento nas vendas para a sexta-feira Santa foi mais expressivo: o crescimento real do faturamento sobre estes produtos foi de 8%. “O grande destaque foram os peixes de até R$ 15, e 98% dos pescados comercializados foram congelados”, explica Longo, lembrando que o setor supermercadista ainda encontra dificuldades de abastecimento e de falta de fornecedores para ampliar a venda de peixe fresco. Prejudicado pela alta do dólar, o bacalhau perdeu espaço para outros pescados.
A Páscoa ampliou, ainda, a comercialização de outros itens típicos, como a carne para o churrasco de domingo, os azeites e vinhos. As colombas pascais tiveram um crescimento de 20% nas vendas. “Houve um atraso na entrega das colombas pela indústria, o que ocasionou muitas promoções”, destaca Longo. A partir da próxima semana, os supermercados do RS voltam seu foco para os atrativos de Dia das Mães, criando diferenciais aos consumidores. “Cada vez mais, supermercados de pequeno e médio portes estão aproveitando estas datas sazonais para fidelizarem seu cliente e alavancarem as vendas”, pontua Antônio Cesa Longo.
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