Vereadores solicitam criação de CPI para investigar conduta de Pasin durante eleições

Seis vereadores de Bento Gonçalves protocolaram nesta segunda-feira, 30/11, o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, durante as eleições municipais. Assinaram o pedido os parlamentares Moacir Camerini (PSB), Agostinho Petroli (MDB), Moisés Scussel (Republicanos), Mazzochin (PTB), Gustavo Sperotto (PSD) e Lerin (MDB). De acordo com a justificativa do documento, o prefeito “praticou durante o pleito eleitoral de 2020, condutas vedadas pela legislação eleitoral em favor da candidatura dos também investigados no respectivo feito, Diogo Segabinazzi Siqueira e Amarildo Lucatelli, candidatos a prefeito e vice-prefeito municipal de bento Gonçalves pela Coligação Gente Que Faz Bento”.

Em sua fala, o vereador Moacir Camerini mostrou um áudio do prefeito Guilherme Pasin, encaminhado pelas redes sociais na véspera das eleições municipais, no qual solicita o apoio da comunidade para eleger Diogo e Amarildo. “Ninguém está acusando nada, estamos querendo sim apurar e investigar. Até vídeo na véspera das eleições o prefeito mandou. Um prefeito em véspera de eleições usando o cargo público para mandar áudio. Mandou até para a minha mãe. Estamos cansados de ver, muitas vezes, passar impunes algumas situações que ocorreram”, declarou o vereador.

Já o vereador Gustavo Sperotto ressaltou alguns dos motivos que o levaram a assinar o pedido de abertura da CPI. "Ficou bem claro nessa eleição a diferença de um projeto para um futuro de uma cidade e um projeto de poder. Se usou tudo para continuidade de poder", analisou. 

Além de citar que Pasin teria utilizado a máquina pública para fazer propaganda para os então candidatos, os vereadores citam o fato de o prefeito ter remetido uma "carta aos bento-gonçalvenses" em formato de propaganda eleitoral, “com 20.000 exemplares, declarando apoio aos investigados Diogo e Amarildo, recomendando o voto neles e afirmando. 

De acordo com a assessoria da Câmara, agora o pedido de abertura da CPI intitulada "CPI da Máquina Pública" seguirá para votação no plenário, sendo necessário o voto da maioria simples: 50% mais 1.

"Não faremos nada no grito. Aqui é a casa do povo e não a casa da mãe joana. Vamos analisar friamente essa questão, até porque essa questão já está nas mãos da justiça, a própria juíza solicitou que o Ministério Público investigue. Vamos analisar esse requerimento, com seriedade, com calma, mas sempre respeitando as urnas", afirmou o presidente da Câmara, Rafael Pasqualotto (PP).