Vereadores têm dúvidas sobre os R$ 113 milhões

O financiamento de R$ 113 milhões referente ao programa Pró-transporte, do Governo Federal, anunciado com grande pompa pelo prefeito Roberto Lunelli há cerca de 15 dias, vem gerando dúvida entre os vereadores. “Até agora nada foi encaminhado à Câmara. Só tomamos conhecimento deste possível empréstimo pela imprensa”, comenta o presidente da Casa, Valdercir Rubbo (PDT).

A manifestação foi feita durante encontro dos vereadores com representantes das câmaras setoriais do Sindilojas. Os participantes questionaram a aplicação da verba, direcionando a preocupação sobre o período de carência, juros e prazo para quitar a dívida. “Só sabemos que R$ 107 milhões serão financiados e o restante virá de contrapartida do município”, esclarece Rubbo.  Embora o anúncio da captação de empréstimo tenha sido comemorado por Lunelli, o mesmo só pode ser feito após aprovação da Câmara. O presidente da Casa defende a necessidade de análise profunda da proposta antes do aval.  “O impacto deste financiamento nos cofres públicos deve ser estudado”, comenta. “Estamos aguardado os dados oficiais do Executivo”, complementa.

Apesar de saber o peso da importância de tais obras para o desenvolvimento do município, o vereador preocupa-se com a viabilidade econômica. “É preciso muito cuidado para que no futuro não tenhamos que aumentar muito os impostos para que este financiamento seja quitado”, alerta, referindo-se ao endividamento de Bento Gonçalves por um prazo de 40 anos. “A atenção deve ser redobrada, uma vez que os gastos para manter a máquina pública certamente vão aumentar em alguns anos, tendo em vistas as obras anunciadas pela administração, como novas Unidades Básicas de Saúde e até mesmo o Complexo de Saúde do Trabalhador”, pontua.

Quem também manifestou sua preocupação foi o vereador Gilmar Pessutto (PSDB). “Sabemos que há carência de quatro anos, prorrogável por mais quatro e com prazo de 40 anos para quitar a dívida. Mas ainda temos dúvidas em relação aos juros deste financiamento. Dependendo do percentual, o valor a ser pago é muito grande”, aponta. Outro vereador a manifestar-se sobre a questão foi Mário Gabardo (PMDB). “Nada está definido antes da aprovação da Câmara. Não sou contrário a estes projetos, até mesmo porque muitos pontos estão na pauta de discussões do município há décadas”, salienta.

A líder de governo na Câmara, Neilene Lunelli Cristófoli (PT) defendeu o projeto. “Este valor é praticamente metade do orçamento deste ano do município. Sem financiamento, o município não conseguirá tirar estas obras do papel”, destaca. Neilene esclareceu ainda que as obras restringem-se apenas ao perímetro urbano e são exclusivamente de mobilidade urbana.

Carina Furlanetto

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