Via Del Vino pode ser ampliada a partir de 2015
A Via Del Vino pode passar em breve por uma remodelação tão significativa – e possivelmente polêmica – quanto o recente projeto de revitalização que, entre outras ações, substituiu o tradicional chafariz com água cor de vinho, La Fontana, por outro de jatos “dançantes”. A nova intervenção, entretanto, não atingiria a área já consolidada, entre as ruas Saldanha Marinho e Júlio de Castilhos: o projeto, que pode ganhar força a partir de 2015, deve considerar a ampliação do calçadão para outro trecho da rua Marechal Deodoro, na quadra entre a Júlio de Castilhos e a igreja Santo Antônio.
A proposta é antiga, mas passou os últimos anos na gaveta do Poder Público. Começa, agora, a ser rediscutida, principalmente pelo Viva Bento, grupo que congrega entidades locais e que já fez uma reunião para retomar o assunto com a prefeitura. No próximo encontro, que deve ocorrer dentro de um mês, a reavaliação do projeto já deve iniciar, levando o debate, na sequência, para diversos setores da sociedade bento-gonçalvense, inclusive com a realização de audiência pública.
Se efetivada como previsto no plano original, a mudança extinguiria, pelo menos parcialmente, uma das pistas por onde hoje passa um grande fluxo diário de veículos, que cortam o Centro para atravessar a cidade, especialmente em horários de pico. Por isso, sua execução depende essencialmente de outro importante empreendimento projetado pela prefeitura para iniciar no próximo ano: a abertura das duas pontas da rua Assis Brasil, onde hoje estão instaladas escadarias. Transformada em via arterial, conectando a região de bairros como Fenavinho, Planalto, Licorsul à saída para a zona norte de Bento, ela puxaria para si, pelo menos em tese, boa parte do tráfego que hoje se acumula no microcentro.
Ouvir todos os lados
Diretora do Viva Bento, a arquiteta Letícia Zanesco, que representa o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) no grupo, destaca que ainda não é possível estabelecer o que pode ser mantido da proposta original e nem quanto tempo a discussão e a atualização do projeto pode levar. Mesmo assim, ela considera importante que o tema volte à pauta, para dar continuidade às melhorias no quadrilátero central, que também prevê alargamento de calçadas em ruas como a Saldanha Marinho e a Júlio de Castilhos e mudanças no mobiliário urbano. “É difícil dizer o que pode mudar, porque teremos que adequar o projeto que tínhamos à realidade de hoje. Mas isso também não significa que ele precise ser todo refeito. Temos que trabalhar juntos, ouvir todos os lados envolvidos e buscar as melhores decisões para nosso futuro, conciliando o pedestre, o carro, e o transporte público”, afirma Letícia.
Na visão do secretário de Gestão integrada e Mobilidade Urbana, Mauro Moro, as obras na rua Assis Brasil devem, de fato, garantir que o Centro ganhe uma nova configuração, privilegiando cada vez mais quem passa a pé pelo local. “Se a Assis Brasil se tornar uma via arterial, vai tomar o papel que hoje têm a Góes Monteiro e Júlio de Castilhos, por exemplo. A ideia no Centro é priorizar pedestres, precisamos colocar isso cada vez mais na cultura do nosso povo. É o pedestre que circula pelo comércio. E temos que priorizar integração entre as pessoas e qualidade de vida”, avalia Moro.
Em tempos nos quais se discute a necessidade de implantação de edifícios-garagem e a criação de novas vagas de estacionamento para acolher a grande frota que circula nas ruas do município, o secretário entende que o caminho a ser seguido talvez seja diferente. “Vamos aumentar lugares para os veículos e as vias são as mesmas, porque não tem como mudar isso. Então, vamos ter mais carros nas ruas e vai impactar ainda mais. Isso não é mobilidade, acessibilidade, qualidade de vida. Temos que começar a aperfeiçoar nossos pensamentos e buscar a evolução. Somos resistentes a mudanças, mas temos que mudar. As máquinas passam, mas quem faz funcionar a sociedade são as pessoas”, completa.
Para viabilizar a continuidade das obras no quadrilátero central, Moro vê a busca de verbas federais como a alternativa mais provável. “Precisamos primeiro de vontade técnica para rever o projeto, o que vai acontecer. Depois, da vontade política para fazer com que surjam esses recursos”, conclui o secretário.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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