Vinhos brasileiros ampliam reconhecimento na Ásia

Os vinhos brasileiros estrearam com o pé direito na quarta edição da Hong Kong International Wine Fair, realizada de 3 a 5 de novembro.  O vinho tinto Salton Talento ganhou uma medalha de bronze no Hong Kong International Wine Challenge – a primeira conquista de um rótulo verde-amarelo no concurso realizado para escolher os vinhos mais adequados ao perfil de sabor asiático. Foram quatro dias de provas às cegas pelos melhores críticos de vinhos da Ásia, oriundos de Hong Kong, Índia, China, Macau, Taiwan, Singapura, Malásia, Coreia do Sul e Tailândia.

Além desta premiação, as vinícolas presentes na feira fizeram centenas de contatos com compradores asiáticos. Cinco vinícolas – Aurora, Basso, Lidio Carraro, Miolo e Salton – estiveram reunidas no estande coletivo do Wines of Brasil, uma parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio do Consulado do Brasil em Hong Kong.

Com exceção da Miolo, que já possui importador em Hong Kong, as outras quatro empresas participantes – Aurora, Basso, Lidio Carraro e Salton – buscam representantes e distribuidores para a Ásia. No sábado, dia aberto para os consumidores, a Miolo fez uma apresentação de cinco rótulos em um espaço situado na entrada da feira, ganhando uma ótima exposição para os vinhos brasileiros. “A feira foi muito boa, tanto em prospecção de novos negócios como em imagem para o vinho brasileiro na Ásia”, comenta a representante do Wines of Brasil na feira, Bárbara Ruppel.

Mercado promissor

A Hong Kong International Wine Fair recebeu 750 expositores. O consumo de vinhos na região da Ásia-Pacífico está crescendo num ritmo mais rápido do que no resto do mundo, segundo a Euromonitor International. As importações de vinho para Hong Kong aumentaram 78% nos dois primeiros meses de 2011, de acordo com Benjamin Chau, vice-diretor executivo do Hong Kong Trade Development Council.

Conforme ele, o consumo em Hong Kong está em 3,7 litros por pessoa ao ano. “As importações de vinho têm aumentado dramaticamente e de forma consistente desde que o país aboliu imposto sobre o vinho em fevereiro de 2008”, afirma. “Nem todo o vinho importado por Hong Kong são consumidos aqui. Uma boa parte é re-exportada para a China”, acrescenta. Para os próximos três anos, o consumo de vinho do mercado chinês deve dobrar.

O perfil de consumo do povo chinês tem se alterado rapidamente. Até pouco tempo atrás, os chineses bebiam licor forte – Maotai –, mas agora estão buscando se aproximar do modo de vida ocidental, procurando no vinho uma alternativa de bebida mais saudável e que confere status. A feira mostrou que os consumidores de vinho chineses estão começando a olhar para além das marcas famosas Bordeaux e desenvolver maior confiança em seus próprios gostos, de acordo com o chefe do maior importador de vinho da China, Don St Pierre Jr, CEO de Vinhos ASC Fine.

“Embora normalmente os consumidores estejam interessados ​​em Cabernet Sauvignon de certas regiões, com Bordeaux sendo a mais importante, o que estamos começando a ver é que o consumidor que tenha bebido vinho durante três a quatro anos tem desenvolvido um senso de confiança em seus próprios gostos e preferências e que deve levar a uma variedade muito maior de vinhos sendo consumido na China”, observa. “Agora, mais do que comprar rótulos famosos, os consumidores chineses degustam os vinhos antes de adquirir os produtos. E se gostam, compram”, destaca.

 

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