Vinhos brasileiros ganham espaço em rede de churrascaria nos Estados Unidos

Nesta semana um grupo de 35 pessoas formado pelos franqueados e diretores da Rodízio Grill, primeira rede de churrascarias brasileiras nos Estados Unidos, está na região visitando e degustando rótulos das vinícolas Perini, Casa Valduga, Miolo, Salton e Basso. Os empresários se preparam para o lançamento da categoria Brasil na carta de bebidas das 20 franquias da rede, onde estrearão 13 rótulos entre espumantes, vinhos brancos, rosés e tintos. A comercialização pode elevar entre 25% a 30% as vendas para a terra do Tio Sam.

A articulação para a viabilização do negócio foi iniciada no ano passado, com a vinda do proprietário da rede à região, por meio de um projeto comprador realizado pelo escritório de Miami da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). No Rio Grande do Sul, a visita às vinícolas foi apoiada pelo Wines of Brasil – projeto de promoção dos vinhos brasileiros no exterior realizado em parceria pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e pela Apex-Brasil. “Esse tipo de ação sempre traz excelentes resultados porque os compradores têm a oportunidade de conhecer a qualidade e a potencialidade dos nossos produtos. Além de entrar na carta de uma importante rede de gastronomia identificada com o Brasil, podemos abrir distribuição em estados onde nossos vinhos ainda não eram comercializados”, observa o presidente do Ibravin, Dirceu Scottá.

Os Estados Unidos são o segundo maior mercado importador de vinhos brasileiros, tendo apresentado crescimento de 53,8% em valor nas importações realizadas nos primeiros oito meses deste ano frente ao mesmo período de 2015. No acumulado de janeiro a agosto de 2016, o país comprou 188 mil litros, gerando faturamento de US$ 633,3 mil. No mercado norte-americano, os rótulos verde-amarelos já estão disponíveis na rede de churrascaria Fogo de Chão, que possui 32 unidades, e na cadeia de restaurantes Seasons 52, com 42 empreendimentos em diferentes estados.

Bahia retira Substituição Tributária para vinhos

Outra boa notícia para o setor, foi o anúncio por parte do Governo do Estado da Bahia de que haverá a suspensão da necessidade de destacar na nota fiscal o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de Substituição Tributária (ST) para vinhos. Na prática, as empresas ficam desobrigadas de pagar o tributo de forma antecipada. A decisão vale a partir do próximo dia 1º. Nas vendas para a Bahia, somente deverá ser destacada a taxa de 7% de ICMS.

O coordenador de Informações Tributárias e Auto Controle do Ibravin, Darci Dani, explica que o pagamento antecipado da ST retira a competitividade do vinho brasileiro perante o importado e restringe o mercado. Como o pagamento da diferença entre as alíquotas estaduais deve ser realizado no momento da venda, o mecanismo acaba reduzindo o capital de giro das vinícolas. "Apesar de não ter impacto no preço final, o fim da cobrança da ST na nota fiscal dá um fôlego extra para a indústria", acredita. 

O Ibravin vem trabalhando junto ao Governo Federal e aos governos estaduais para a redução da tributação de vinhos. O principal pleito é a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) dos atuais 10% para 6%. Outra reivindicação é a inclusão das micro e pequenas vinícolas no Simples Nacional. O trabalho junto aos estados é focado na diminuição da Margem de Valor Agregado (MVA) que compõe as alíquotas de ICMS e na suspensão da ST.

(Foto: Dominique Gass)