Violência e bullying em sala de aula preocupam pais em Bento
Grupo de pais entrou em contato com o SERRANOSSA nesta semana para cobrar mais atenção das instituições e do Poder Público sobre o assunto
O comportamento de estudantes em diversas instituições de ensino em Bento Gonçalves tem preocupado a comunidade escolar no período pós-pandemia. Além do relato de desrespeito de alguns alunos diante dos professores, a violência física e verbal nas salas de aula é outro motivo que tem tirado o sono de pais e responsáveis no município.
Nesta semana, um grupo de pais entrou em contato com o SERRANOSSA para pedir ajuda. Diversas situações de violência teriam sido registradas na escola Estadual de Ensino Fundamental Comendador Carlos Dreher Neto, no bairro Jardim Glória, nos últimos meses. O relato mais recente de desentendimento entre dois alunos é da quarta-feira, 01/06. “Tem dias que a violência é verbal, contra professor e contra aluno. Meu filho já sofreu e ainda sofre muito bullying. Mas também já foi agredido fisicamente por colegas. Ele tem muito medo e não quer que a gente se meta para não piorar a situação”, lamenta a mãe de um aluno.
O grupo de pais alega que a instituição não tem apresentado ações eficazes para resolver o problema. Para eles, os próprios professores parecem ter receio de denunciar a situação. “Certos professores não agem por medo. Porque há crianças que já vêm de famílias violentas e desestruturadas”, comenta um pai. “E as crianças que têm medo de apanhar também ficam quietas. Às vezes nem falam para os pais e para os professores”, complementa.
Uma mãe recorda que o motorista de uma van escolar chegou a comentar que encontrou um aluno com uma faca dentro do veículo. “Achamos que estão se omitindo por medo. Mas tem que haver medidas mais drásticas para garantir a segurança de todos”, ressalta uma mãe.
A professora de outra escola estadual do município também desabafa sobre a dificuldade de lidar com o comportamento de alguns estudantes. “Essa parte de socialização com os colegas e professores está complicada. A gente escuta bastante professores reclamando do comportamento dos alunos e do desrespeito deles com professores e colegas. Acho que acabou sendo uma herança do período da pandemia”, analisa.
De acordo com o conselho tutelar, ainda há resistência dos pais e dos próprios alunos em relação às denúncias de bullying. Mas todos os casos recebidos estariam sendo encaminhados para a rede de proteção de crianças e adolescentes do município.
A Guarda Civil Municipal (GCM) informa que realiza ações periódicas na entrada e saída das escolas para garantir a segurança de estudantes e funcionários. Já a Brigada Militar atua por meio da Patrulha Escolar, contando com dois servidores que realizam patrulhamento diariamente no horário de funcionamento das escolas. Além disso, conta com o projeto PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, a fim de auxiliar na educação dos pequenos. “Sempre que recebemos uma denúncia pontual, comparecemos às escolas e interagimos com os professores e alunos”, afirma o comandante Artur Marques de Barcellos. “Mas não percebemos um aumento da violência. Existem, sim, casos pontuais, mas nada alarmante”, defende.
O SERRANOSSA entrou em contato com a escola Comendador Carlos Dreher Neto, mas até a publicação desta reportagem, não havia obtido retorno. “Precisamos de uma solução”, clamam os pais.