Vitiligo tem cura

Uma doença misteriosa, sem causa ou sintomas físicos definidos, mas que traz prejuízos estéticos e emocionais para o paciente. Assim pode ser descrito o vitiligo, doença caracterizada pelo aparecimento repentino de manchas brancas na pele, principalmente no rosto e em extremidades, como braços, cotovelos, pés e mãos. A doença ganhou destaque na década de 1990 com o astro do pop Michael Jackson, que supostamente sofria de vitiligo. O diagnóstico não foi confirmado oficialmente, mas Michael mudou o tom de pele drasticamente ao longo dos anos, geralmente escondendo mãos e braços, um forte indicativo da enfermidade.

Apesar de as causas ainda desconhecidas, o vitiligo é bastante comum e pode estar relacionado com fatores autoimunes, ou seja, quando o organismo deixa de reconhecer algumas células do corpo e passa a combatê-las como se fossem perigosas. Em alguns casos, fatores hereditários também são determinantes. O dermatologista Breno Marzola, de Bento Gonçalves, explica que as manchas que surgem e fazem a pele ficar mais esbranquiçada são formadas pela diminuição ou ausência de melanócitos, células responsáveis pela formação do pigmento melanina, que dá cor à pele. “São vários os fatores que podem desencadear a doença. Muitos pacientes com vitiligo apresentam desordens na tireoide, por exemplo, mas ainda não há uma causa específica definida que possa ajudar na elaboração de comportamentos ou intervenções de prevenção”, explica.

O que é certo no vitiligo é o preconceito que ele gera. Muitas pessoas acreditam que o mal é contagioso, o que é inverídico e pode causar um isolamento social grande do paciente. Outro mito é que a doença não tem cura. “O vitiligo tem tratamento, mas é demorado e exige paciência e disciplina”, garante Marzola. Assim como outras síndromes, o vitiligo se apresenta de forma e intensidade variada em cada paciente, o que obriga uma individualização do tratamento.

Medicamentos e laser

A busca pela solução do problema passa pelo uso de medicamentos que atuam no organismo corrigindo as alterações causadas no processo de pigmentação e estimulando a produção de melanina. Mas vale lembrar que os medicamentos utilizados em alguém que se curou podem não funcionar em outra pessoa. “Não se sabe que fator é esse, e não se pode prever quem será curado ou não. Todo tratamento é uma tentativa”, comenta o especialista.

A tecnologia também pode ser uma boa aliada no tratamento. O uso de laser é uma das alternativas mais eficazes, pois age precisamente na área comprometida. As aplicações são indolores e o número de sessões necessárias varia de 10 a 20 conforme cada caso.

De acordo com o dermatologista, em casos graves, a doença pode se alastrar em até 85% do corpo, despigmentando a pele do paciente. Nesses casos, o mais aconselhado é clarear as áreas ainda pigmentadas, em vez de tentar recuperar a coloração de uma área tão grande. “É importante ressaltar que o vitiligo não traz nenhuma alteração de saúde a não ser o dano estético”, enfatiza. 

Fundo emocional

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) levanta a possibilidade de o vitiligo poder ser agravado por fatores emocionais. No site oficial da SBD o assunto ganha destaque ao lado de outras doenças relacionadas a manchas na pele, como Lupus, Psoríase e Nevos. Segundo a página, o estado emocional do paciente influencia na manifestação e no tratamento da doença. Pessoas muito tensas, preocupadas, ansiosas e depressivas, por exemplo, têm maior probabilidade de serem atingidas por novas manchas de vitiligo. Portanto, é necessário que o paciente tente aliviar as tensões emocionais e procure ajuda para melhores resultados.

 

Josiane Ribeiro


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