Vítimas de chacina no Municipal poderiam estar ligadas a facção no Vale Dos Sinos
Na tarde desta quinta-feira, 07/01, a delegada plantonista, Deise Salton Brancher, e o delegado substituto da 2ª Delegacia de Polícia (2ªDP), Clóvis Rodrigues de Souza, revelaram detalhes sobre a chacina cometida na quarta-feira, 06/01, na rua Lajeadense, bairro Municipal, em Bento Gonçalves. Quatro homens da mesma família foram mortos: Sergio Batista, de 50 anos, natural de Frederico Westphalen e que estava foragido do sistema prisional; seu irmão Jair de Quadros Batista, de 48 anos, também natural de Frederico Westphalen; seu sobrinho Leandro Batista Alves, de 19 anos; e seu filho Everton da Silva Batista, de 19 anos, ambos de São Leopoldo.
Pelo menos duas pessoas entraram armadas no local, usando toucas para não serem identificadas. Dentro da casa ainda havia outras três pessoas: a companheira de Everton, um adolescente de 17 anos e uma criança de cerca de um ano. A criança seria parente do adolescente, mas não era filha de nenhuma das vítimas. Os criminosos conduziram essas três pessoas para outro cômodo e iniciaram a execução dos homens.
No local do crime foram encontrados pelo menos 39 estojos de pistola 9mm e de arma calibre 12mm. As vítimas teriam sido atingidas por disparos em todo o corpo, incluindo na região da nuca e da face.
A residência pertencia a Jair Batista, que morava no local. Ele tinha antecedentes por lesões corporais, receptação, ameaça e furto, em cidades como Canoas, Bento, Montenegro, Carlos Barbosa e Portão. Seu irmão, Sérgio, era morador de Porto Alegre e havia rompido a tornozeleira eletrônica. Ele já havia morado anteriormente em Bento, mas dessa vez tinha vindo ao município, há aproximadamente três meses, para ficar com o irmão. De acordo com a Polícia Civil, ele tinha antecedentes por furtos e um por tráfico de drogas. O adolescente Everton, filho de Sérgio, veio de Viamão no final do ano para trabalhar, junto com o primo Leandro, que morava em São Leopoldo. Everton tinha antecedentes por tráfico de drogas em Novo Hamburgo. Já Leandro tinha um antecedente por posse de droga.
Não foram constatados sinais de arrombamento e nenhuma arma de fogo ou droga foi localizada na residência. As testemunhas que estavam na casa foram ouvidas e conduzidas para um local seguro. “A execução foi, provavelmente, motivada por uma disputa entre facções. É possível que as vítimas pertencessem a uma facção no Vale do Rio dos Sinos”, revela o delegado Clóvis.
O local do crime fica cerca de 300 metros de onde foi cometida a última chacina em Bento, em agosto de 2019. Na ocasião, cinco homens foram mortos em um bar.
A Polícia Civil ainda não tem indícios dos autores da execução e segue apurando novas informações sobre o crime.