Vítimas relatam abusos sofridos no Centro
Voltar à rotina normal tem sido difícil para duas jovens que foram molestadas pelo mesmo acusado na semana passada. Ao SERRANOSSA, elas confessaram estar vivendo com o receio de novos ataques. Por causa disso, evitam sair de casa para outras atividades que não sejam as relacionadas a trabalho e estudo. Ambas têm 21 anos e preferem não revelar o nome, por causa do receio de serem perseguidas pelo molestador.
Uma das primeiras vítimas do homem conta que estava caminhando, na quinta-feira, dia 26, por volta das 14h, do Centro à Cidade Alta, pela rua Estefânia Pasquali – atrás do Colégio Medianeira –, quando o homem que vinha no sentido contrário passou por ela e, violentamente, apertou suas nádegas. “Virei imediatamente e o chamei de idiota. Fiquei enfurecida, mas continuei andando”, relata.
Logo depois, a estudante percebeu que o agressor estava lhe seguindo. “Ele começou a falar um monte de coisas, dizendo que ia me estuprar e que eu não tinha escapatória”, detalha. “Comecei a andar mais rápido, chamei-o de nojento e menti que meu pai era da polícia. Mesmo assim, ele tentou me agarrar. Então, eu o empurrei e saí correndo para o outro lado da rua”, conta a jovem.
Ela só conseguiu se livrar do abusador porque abordou um carro que passava pela rua e pediu socorro. “O motorista ligou para a polícia e me deixou em casa. Esperei um tempo, porque estava em estado de choque, e liguei novamente para polícia, que logo depois veio me buscar em casa para depor”, relembra.
Já na delegacia, ela foi informada que outras duas mulheres teriam relatado que sofreram as mesmas agressões. Todas reconheceram o molestador, que foi preso naquela noite. No entanto, a comemoração da prisão durou pouco tempo. No dia seguinte ele foi solto, para o desespero das vítimas. “O que ele fez não tem cabimento. Depois disso, quase não saí mais de casa. Só vou para a faculdade. Estou morrendo de medo, não só dele, mas de qualquer homem que me olhe”, desabafa.
A estudante afirma que diversas pessoas, inclusive mães de alunos de escolas localizadas próximo ao local onde ela foi atacada, entraram em contato com ela, depois de uma postagem que ela fez sobre este caso em sua página pessoal em uma rede social. “Todos estão me pedindo para descrever exatamente como ele é e enviar fotos. Eu apaguei tudo que escrevi sobre isso, pois tenho medo que ele descubra meu nome e me encontre”.
Solto, acusado fez mais uma vítima
“Se ele seguisse preso, eu não teria sido agredida”. Essa é a certeza da jovem que foi molestada no dia que o homem foi solto pela Justiça. Em entrevista ao SERRANOSSA, ela afirmou que estava caminhando pela rua Doutor Antunes, no Centro, por volta das 17h da sexta-feira, dia 27, quando foi surpreendida pelo que ela chamou de “maluco”. “Ele estava escorado em uma parede. Quando eu passei, ele me puxou pela nádega com uma força enorme, parecia um animal me atacando. Fiquei apavorada, comecei a correr e ele veio atrás”, descreve.
A jovem revela que não conseguiu gritar, nem reagir. “Quando cheguei no laboratório da empresa que eu trabalho perdi todas as minhas forças. Passei mal e só conseguia chorar”, lembra. Logo depois, ela fez o registro na polícia, reconheceu o agressor por fotos e descobriu que ele já havia atacado outras mulheres. “Estou com muito medo, principalmente sabendo que ele está solto por aí. Não durmo direito, pois foi um choque muito grande”, confessa.
As duas jovens vítimas do homem alertam que é importante denunciar qualquer abuso para as autoridades. “Sabemos que não é culpa da polícia, e sim das leis deste país que permitem que novas mulheres sejam abusadas por esse bandido”, conclui a estudante.
Reportagem: Raquel Konrad
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