Você é adepto do narguilé?
Como praticamente tudo o que é visto na televisão vira moda, o narguilé provocou frenesi entre os jovens brasileiros depois da novela “Caminho das Índias” (Rede Globo). O estiloso cachimbo fascina pelo formato atraente e pela possibilidade de ser abastecido com fumos aromatizados. Tudo sem levantar suspeitas sobre seus malefícios, superiores aos do cigarro comum. Por essa razão, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançou no Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, uma campanha de conscientização específica, com o slogan “Parece inofensivo, mas fumar narguilé é como fumar 100 cigarros”.
Em visita à Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves, a analista de programa de controle de câncer e coordenadora do Programa Saber Saúde do Inca, Andrea Reis Cardoso, revelou que os números de consumo de cigarro diminuíram nos últimos 20 anos. A ação conjunta de políticas públicas de conscientização sobre hábitos saudáveis provocou redução da população fumante brasileira de 89%, em 1993, para 12% em 2013. No entanto, a falta de conhecimento e o modismo associados ao narguilé têm elevado as estatísticas de dependentes no grupo com idade entre 13 e 25 anos. “Hoje o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. No caso do cachimbo, o perigo piora quando substituída a água por bebida alcóolica e o tabaco por maconha”, salienta.
Apesar de parecer inofensivo, o narguilé causa dependência, sendo apontado como porta de entrada para o cigarro e transmissor de hepatite C, herpes e tuberculose. A longo prazo pode causar cânceres de pulmão, de boca e de bexiga, e doenças respiratórias. Além de tabaco, os usuários inalam os 4,7 mil componentes tóxicos presentes no cigarro, somados a um nível mais elevado de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados, carvão e substâncias cancerígenas não encontradas na fumaça do cigarro. Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma sessão de narguilé – com duração de 45 a 60 minutos – corresponde ao consumo de 100 cigarros.
Vilão na tela
Está disponível na Liga de Combate o Câncer o documentário “Fumando Espero”. O filme é dirigido por Adriana Dutra, que, em dezembro de 2006, fazia parte do grupo de 1,2 bilhão de fumantes no mundo. O filme expõe a evolução histórica e as estratégias de marketing protagonizadas pelos galãs de Hollywood, direta ou indiretamente; entrevistas com famosos, anônimos, médicos, advogados, sociólogos, publicitários, fumantes, ex-fumantes e reincidentes; e denuncia as condições das famílias que dependem do plantio de tabaco no Brasil. Mais informações junto à Liga, pelo telefone (54) 3451 4233, ou no site www.fumandoespero.com.br.
Reportagem: Priscila Boeira
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