Os resultados finais do processo de Participação Popular e Cidadã, realizado nesta semana em todo o Rio Grande do Sul, devem ser conhecidos ainda nesta sexta-feira, dia 6. Os índices parciais, que consideram os números registrados na internet, apontam a marca de 20.253 votos na página disponibilizada pelo governo do Estado entre os dias 2 e 4. No passado, foram cerca de 12 mil participantes no modelo virtual.
A elevação não significa, necessariamente, um aumento no total de eleitores que aderiram ao processo. Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra, José Adamoli, o envolvimento presencial, em uma análise preliminar, parece ter caído. Os dados completos, entretanto, só serão apresentados quando encerrar a apuração das cédulas físicas. “Eu diria que vamos ficar na média de 10% a 12% do eleitorado da região, o que consideramos razoável, porque não temos uma obsessão por um grande número de votos”, diz Adamoli.
Segundo ele, o Corede deve intensificar, daqui para frente, a atuação em dois focos ligados à definição de prioridades do orçamento gaúcho: o aumento no valor que é discutido na região e a garantia de que a execução das demandas se dará no exercício seguinte, sem mais acúmulo de passivo. A intenção é alcançar o debate de pelo menos 2% da peça orçamentária – neste ano, foram apenas 0,35%, o que para a Serra ficou abaixo de R$ 10 milhões.
Com a mudança, quase R$ 50 milhões passariam a estar em jogo. “Assim, nós poderíamos realmente pensar em obras grandes. Cobrar, nós sempre cobramos, mas os governantes deveriam ser mais responsáveis. Temos que trabalhar nessas duas linhas de forma conjunta. É como uma canoa furada: se a gente só remar, entra água e afunda. Se a gente só tirar água, nunca sai do lugar”, afirma o presidente do Corede.
Entre os projetos defendidos como prioridades locais, estava a modernização do aparelho de radioterapia operado pelo Hospital Tacchini e que atende a 49 cidades, tanto pela rede pública quanto privada. Na disputa pela internet, contudo, a proposta havia perdido para seu concorrente na área da saúde. Bento Gonçalves também pleiteava recursos para outros campos, como educação, habitação e segurança pública.
Reportagem: Jorge Bronzato Jr.
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