Xixi na cama pode ser doença

Segundo os especialistas, molhar a cama de vez enquanto ou deixar escapar um pouquinho de urina na roupa é considerado normal na infância. Porém, o comportamento pode ser visto como uma doença quando as crianças continuam urinando durante o sono após os cinco anos de idade. O distúrbio de origem fisiológica é chamado de enurese noturna.

A psicóloga Patrícia Dosso, de Caxias do Sul, diz que o controle da urina durante o sono se dá, geralmente, entre os dois e três anos, mas, como nem todas as crianças se desenvolvem até essa idade, a fase pode se estender até os cinco. Para Patrícia, fazer xixi na cama pode ser considerado uma doença quando tem algum sintoma fisiológico envolvido ou como um problema emocional quando não há causa física aparente. Mas, independentemente de qual a motivação, a enurese deve ser resolvida, pois causa sofrimento para a criança, adolescente ou adulto.

São muitas as causas da enurese noturna. Uma das mais comuns é a incapacidade da criança de conter a angustia, que faz com que não controle a urina, deixando fluir, de uma forma simbólica, o que não consegue conter. “Pais ansiosos, muito críticos, autoritários e exigentes para com os deveres da criança propiciam o aparecimento desse problema”, exemplifica a psicóloga.

A especialista lembra da importância dos pais perceberem que a enurese, caso não exista nenhum problema orgânico, é sintoma de uma criança que não está bem emocionalmente, ou seja, que se encontra em sofrimento e necessita de ajuda psicológica e apoio dos pais. Mas é importante saber diferenciar algumas situações: crianças com muita dificuldade para acordar e que acabam urinando na cama, por exemplo, não necessariamente têm um problema de saúde e, neste caso, precisam de apoio para despertar. “Penso que elas podem contar com uma ajudinha extra dos pais para acordar, isso com certeza evitaria constrangimentos e tristeza”, ressalta Patrícia.

É preciso lembrar que enurese motivada por problemas emocionais não significa que o menino ou a menina tenham preguiça ou desleixo. As crianças não conseguem, sozinhas, resolver esse problema, precisam de ajuda especializada. Quanto mais precoce for a intervenção, mais rápido o problema se resolverá.


Bexiga sob controle

*Evite oferecer líquidos à criança pelo menos duas horas antes de dormir;

*À noite, evite oferecer à criança alimentos como chocolate e café, pois eles estimulam a contração da bexiga;

*Elogie quando a criança consegue ficar uma noite sem fazer xixi. Os estímulos ajudam a reforçar o desejo de parar e, embora não seja algo premeditado, ela consegue se condicionar a segurar a urina;

*Pergunte ao pediatra se é necessária a intervenção com medicamentos que interferem no funcionamento da bexiga e do aparelho urinário.

Fonte: Portal Minha Vida www.minhavida.com.br


Hereditariedade

O fator hereditário é um dado importante, pois crianças com um dos pais enuréticos, durante a infância, têm 40% de chance de ser também. Se ambos forem, as chances aumentam para 77%. A torneirinha aberta à noite também está relacionada a fatores emocionais ligados ao estresse, tais como mudança de lar, separação dos pais, nascimento de irmão, entre outros;

Perda involuntária de urina durante o dia: os pais devem ficar atentos e perceber se o filho solta a urina involuntariamente e se sente dor ou se há sangramento na hora de urinar durante o dia. Isso pode indicar um quadro clínico mais grave, como uma infecção urinária;

Disfunções na bexiga: quando a bexiga não suporta a quantidade de líquido ingerida, a tendência é fazer xixi fora de hora. Um dos tratamentos sugeridos para enurese noturna é o uso de um hormônio chamado oxibutinina, que relaxa a bexiga, aumentando seu tamanho. Deve ser prescrito por um médico;

Problemas neurológicos: em casos mais sérios, só uma visita ao médico poderá ajudar.

Fonte: Portal Minha Vida www.minhavida.com.br


Reportagem: Alexandra Duarte

 

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