“A destruição do RS não será maior do que a reconstrução”, diz Alckmin na Serra

O vice-presidente destacou que os detalhes do apoio a médias e grandes empresas estão sendo discutidos em conjunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad

"A destruição do RS não será maior do que a reconstrução", diz Alckmin na Serra
Foto : Joaquim Moura/Seres

Para ajudar a recuperação econômica do Rio Grande do Sul, que enfrenta os impactos das enchentes e deslizamentos de terra, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), ressaltou, na segunda-feira, 27/05, em Caxias do Sul, que o governo já liberou crédito com juros real zero, para o setor produtivo gaúcho, por meio dos programas nacionais de Apoio a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O ministro destacou que os detalhes do apoio a médias e grandes empresas estão sendo discutidos em conjunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e devem ser anunciados nesta terça-feira, 28/05. “O presidente Lula vai definir com o ministro Haddad a questão para as grandes empresas. Tenho certeza de que vai nos surpreender positivamente”, afirmou em entrevista coletiva à imprensa após reunião realizada com a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul.

Alckmin anunciou ainda que o BNDES vai estruturar, em Porto Alegre, uma unidade avançada para atender os setores empresariais. O escritório ficará baseado no prédio do Conselho Regional de Contabilidade. “Nós tivemos uma destruição grande no Rio Grande do Sul, mas não será maior do que a reconstrução”, afirmou o vice-presidente. “Esse esforço coletivo dos três níveis de governo, da sociedade civil organizada e do setor produtivo vai fazer com que a gente, o mais rapidamente possível, recupere esse Estado, que é o símbolo da força do Brasil, agricultura das mais cooperativas e setor de serviços extremamente avançado, comércio, turismo e indústria”, destacou.

O ministro garantiu o esforço do governo federal para a construção das estradas do Estado, em especial as BR-116 e BR-470, e para dar vazão à produção do Rio Grande do Sul. “O ministro dos Transportes, Renan Filho, está empenhado. Não faltarão recursos federais para recuperar a malha de logística e transporte aqui do Estado”, afirmou.

Alckmin cumpriu agenda, na segunda, em Caxias do Sul, ao lado dos ministros da Secretaria Extraordinária de Reconstrução, Paulo Pimenta; da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França; e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

A comitiva participou de reunião com empresários, lideranças das indústrias do Rio Grande do Sul, parlamentares, prefeitos na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços. E, em seguida, integrou reunião com representantes dos trabalhadores no Sindicomerciários.

O que disse Eduardo Leite?

"A destruição do RS não será maior do que a reconstrução", diz Alckmin na Serra
Foto: Maurício Tonetto/Secom

No encontro, o governador Eduardo Leite voltou a apresentar demandas do Estado ao governo federal. Leite ressaltou como prioridade na pauta econômica a criação, por parte da União, de programa para manutenção dos empregos.

“Algumas medidas do governo federal já evoluíram, como a suspensão do pagamento da dívida, e é importante que possamos avançar ainda mais. Com absoluta prioridade e urgência, precisamos da criação de um programa como o Benefício Emergencial para dar as condições de manutenção dos empregos. Também precisamos avançar nas medidas de crédito a empreendedores, com a participação dos bancos públicos e cooperativas de crédito, dando capilaridade a essas iniciativas no nosso território”, afirmou.

As medidas solicitadas pelo governador estão em análise pelo governo federal. Leite também demanda a recomposição das perdas de arrecadação, que a Secretaria da Fazenda (Sefaz) calcula poderem chegar a R$ 11 bilhões até o fim do ano.

“A suspensão da dívida não terá o efeito desejado para a reconstrução se, de outro lado, tivermos profundo desequilíbrio pela perda de receitas. O Rio Grande do Sul gera arrecadação de impostos federais ao ano bem maior do que recebe de volta. Neste momento de dificuldade, precisamos de mais receita para garantir o equilíbrio, a manutenção dos serviços e promover a recuperação do Estado”, reforçou o governador.

Na segunda-feira, 27/05, foi realizada, na prefeitura de Bento Gonçalves, uma reunião entre os ministros da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, com prefeitos da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (AMESNE).