Acusado de matar os quatro filhos no RS vai ser julgado em maio
Ele é acusado pelo Ministério Público de assassinar os filhos Yasmin, 12 anos, Donavan, 8, Giovanna, 6, e Kimberlly, 3
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O Juiz de Direito Marcos Henrique Reichelt, da 1ª Vara Criminal Especializada em Júri da Comarca de Alvorada, marcou para o dia 13 de maio de 2025 o início do júri do homem acusado de matar os quatro filhos, em dezembro de 2022, na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. A previsão é de que o Tribunal do Júri, no Foro de Alvorada, dure de três a quatro dias. São esperados os depoimentos de mais de 20 pessoas em plenário.
Atualmente, o réu David da Silva Lemos, de 31 anos, se encontra preso. Ele é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de assassinar os filhos – Yasmin, 12 anos, Donavan, 8, Giovanna, 6, e Kimberlly, 3.
Conforme a denúncia, o motivo dos crimes seria a inconformidade com o fim do relacionamento com a mãe das crianças. Ele responde por homicídios qualificados (por motivo torpe, meio cruel, e contra menor de 14 anos).
Relembre o caso
As quatro crianças foram encontradas sem vida na casa onde estavam com o pai, em Alvorada, por volta das 19h30 do dia 13 de dezembro de 2022. Familiares encontraram os corpos e acionaram a Polícia Civil. David da Silva Lemos, pai das crianças e autor dos crimes, já havia deixado o local, mas foi encontrado no dia seguinte, em um hotel de Porto Alegre.
Segundo a polícia, ao ser preso, Lemos disse que cometeu o crime e que deu calmante às crianças antes da morte. No entanto, na delegacia, durante o depoimento e acompanhado de um defensor público, permaneceu em silêncio.
Na época do crime, em entrevista, a avó materna disse que Lemos já teria agredido a ex-companheira e que matou as crianças para atingi-la.
A mãe das crianças e David tiveram um relacionamento por 11 anos. Eles haviam se separado há cerca de três meses na época do crime. O rompimento foi motivado por uma agressão. Ela registrou um boletim de ocorrência e conseguiu medida protetiva.
Motivo torpe
Conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), Lemos teria praticado os crimes contra menor de idade; por motivo torpe, ao utilizar a morte dos filhos como ”instrumento de sofrimento à ex-companheira”; por meio cruel, ”desferindo nas vítimas múltiplos golpes com arma branca, causando-lhes extenso sofrimento”, disse o promotor de Justiça responsável pela denúncia, Marcelo Tubino. Além de asfixia, no caso da menina de 3 anos.
A Defensoria Pública do Estado (DPE), que defende Lemos, deve se manifestar sobre o caso nos autos do processo.
Foto de capa: Ronaldo Bernardi/Agência RBS