“A gente buscou fazer todo o trabalho possível para evitar o rompimento, mas com o volume da água, não conseguimos nem ter acesso com os helicópteros para levar técnicos”, afirmou o governador Eduardo Leite
A barragem da usina hidrelétrica 14 de Julho, localizada entre Bento Gonçalves e Cotiporã, rompeu parcialmente na tarde desta quinta-feira, 02/05. A informação é da Companhia Energética Rio das Antas (Ceran).
O governador Eduardo Leite (PSDB) publicou vídeo nas redes sociais explicando o impacto do rompimento. “Como já estava o mesmo nível entre a jusante, o montante, que é o trecho anterior da barragem e o seguinte, quase no mesmo nível, o efeito não vai ser de uma devastação, de uma enxurrada, mas vai ter o curso livre dos rios Taquari e Antas ali de Cotiporã em direção a Santa Bárbara, e depois em direção a Santa Tereza, Muçum, Roca Sales”, disse.
A ombreira direita da barragem foi danificada inicialmente. Ainda segundo Leite, a equipe tentou conter o rompimento. “A gente buscou fazer todo o trabalho possível para evitar o rompimento, mas com o volume da água, não conseguimos nem ter acesso com os helicópteros para levar técnicos.”
O vice-governador, Gabriel Souza (MDB), afirmou que “a orientação imediata é que moradores de todos os municípios a partir de Santa Bárbara busquem regiões mais altas, pelo menos seis metros acima dos rios. Não esperem, sigam as indicações. A situação é gravíssima.”
De acordo com o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSDB), uma onda de cerca de dois metros de altura se formou com o rompimento parcial da 14 de Julho. “Ela [a onda] já passou pela localidade da Linha Alcântara e ela não chegou na estrada 431”. Siqueira afirma que ainda na quarta-feira, 1º maio, uma equipe de resgate havia conseguido chegar ao local e levado as pessoas para um local mais elevado.
Nota oficial da Ceran
A Ceran (Companhia Energética Rio das Antas) informa que detectou às 13h40, do dia 2 de maio, o rompimento parcial do trecho direito da barragem da Usina 14 de Julho, devido ao contínuo aumento da vazão do Rio das Antas e das fortes chuvas que atingem o estado do Rio Grande do Sul desde terça-feira (30). A Defesa Civil foi comunicada do ocorrido para tomadas de ações adicionais.
O Plano de Ação de Emergência foi colocado em prática no dia 1 de maio, às 13h50, em coordenação com as Defesas Civis da região, com acionamento de sirenes de evacuação da área, para que a população local pudesse ser retirada com antecedência e em segurança.
As barragens de Monte Claro e Castro Alves encontram-se em estado de Atenção e seguem sendo monitoradas.
A Ceran segue em contato com as autoridades competentes e ressalta o cuidado com as pessoas. A empresa pede a todos que se informem através dos seus meios de comunicação oficiais.