CERAN se pronuncia sobre a situação das usinas na Serra Gaúcha
De acordo com a CERAN, a barragem da Usina 14 de Julho, em Cotiporã, rompeu parcialmente porque as equipes não conseguiram abrir as comportas em maio de 2024

A Companhia Energética Rio das Antas (CERAN) divulgou nesta quarta-feira (12) uma nota oficial informando que monitora suas usinas e adota medidas para restabelecer a normalidade com segurança após as cheias de maio de 2024.
Situação das usinas
A Usina Castro Alves, em Nova Roma do Sul, opera normalmente e não sofreu impactos dos eventos climáticos. Já a Usina 14 de Julho, em Cotiporã, está em funcionamento parcial, pois a parte superior da barragem rompeu parcialmente no dia 2 de maio de 2024, levada pela força das águas do Rio das Antas. A Usina Monte Claro, em Veranópolis, passa por um processo de modernização para reparar os danos causados pela enchente.
Usina 14 de Julho
A CERAN afirma que a barragem da Usina 14 de Julho está segura e estável, conforme atestado por consultores independentes e pela projetista. O processo de recuperação da parte superior da estrutura já está em andamento.
Segundo a companhia, o rompimento parcial foi consequência da perda de acessos na região devido às chuvas intensas em curto espaço de tempo, que também causaram quedas de barreiras, torres de transmissão e interrupções no fornecimento de energia.
A impossibilidade de acessar os locais, mesmo após o acionamento de aeronaves militares, impediu a abertura total das comportas pelos sistemas de emergência, resultando na sobrecarga que levou ao rompimento parcial da barragem. Apesar do incidente, a CERAN reforçou que a estrutura não ultrapassou os limites de vazão previstos em projeto. Estima-se que, em 2 de maio, a vazão do Rio das Antas pela barragem tenha superado os 15.000 m³/s.
Estudos citados pela empresa indicam que o rompimento da Usina 14 de Julho não agravou a cheia nos municípios já impactados antes do incidente. A CERAN também destacou que suas barragens não possuem capacidade para conter enchentes devido à sua configuração construtiva.
Veja um vídeo da Usina 14 de Julho, registrado em 1º de março
Acompanhamento e segurança
Segundo a CERAN, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) acompanha as medidas em andamento. Desde o início das ocorrências, a prioridade tem sido preservar a vida dos colaboradores e da população afetada, mantendo as Defesas Civis informadas sobre os desdobramentos.
Plano de Ação de Emergência
No dia 27 de agosto de 2024, a CERAN apresentou a atualização do Plano de Ação de Emergência das Barragens (PAE) para representantes das Defesas Civis da região e do Estado. O objetivo foi revisar e aprimorar estratégias de resposta a possíveis emergências envolvendo as barragens da companhia.