Concurso da Câmara será investigado

A Justiça autorizou o uso das provas encontradas durante a “Operação Cobertura” para investigar também o concurso público promovido pela Câmara de Vereadores em 2014. De acordo com o promotor de Justiça Especializada Criminal, Mauro Rockembach, há indícios de que a fraude no certame do Legislativo ocorreu nos mesmos moldes que a concorrência da prefeitura: os cartões de resposta eram alterados após a correção, a fim de que alguns candidatos atingissem os pontos necessários para a aprovação.

A investigação também ocorre na área cível, conduzida pelo promotor Alécio Silveira Nogueira, que atua no município. Ele aguarda a análise das provas pela Promotoria Criminal, que podem resultar no ajuizamento de ações de anulação e improbidade.

Em razão do foco das investigações ser inicialmente o concurso da prefeitura, Rockembach conta que não se deteve nas provas encontradas, já que, para utilizá-las, precisava da autorização judicial. Após realização das provas, os gabaritos preenchidos foram digitalizados. Novas grades de resposta em branco foram impressas para que outras marcações que garantissem a aprovação fossem feitas. Os canhotos assinados pelos candidatos não coincidem com os gabaritos tidos como os oficiais (remetidos pela empresa IDRH à prefeitura), mas sim com os que foram levados para a correção.

Os 14 candidatos favorecidos não serão denunciados, já que não há provas de que participaram da fraude, embora soubessem da aprovação. O levantamento de dados levou cerca de seis meses, devido ao grande volume de material a ser analisado – mais de um milhão de arquivos, em meio físico e digital. A expectativa é de que a investigação do certame do Legislativo seja mais curta, já que parte do esquema foi desvendado.

Há cerca de 15 dias, o Ministério Público ofereceu ao Judiciário denúncia contra sete suspeitos de envolvimento na fraude do concurso do Executivo. Do município, foram apontados o ex-secretário municipal de Administração, Rafael Paludo, o pregoeiro Álvaro Luis Luvison e o membro da comissão de licitação Alcir Sbabbo. As prisões preventivas dos três foram negadas. Também foram denunciados o sócio da empresa IDRH, Maicon Cristiano de Mello (recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro); a esposa dele e cotista da empresa, Francieli Rech; o sócio da empresa Energia Essencial, Rodrigo Melo Ferreira; e o proprietário da empresa Leitura Ótica, Ernesto Hattge Filho (preso na Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro).

Foto: Carina Furlanetto

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