Deputado federal gaúcho quer criar CPI para investigar invasões de terra na Bahia

“Estamos mobilizando a bancada ruralista, a Frente Parlamentar da Agropecuária, para que possamos fazer dessa CPI uma reação coletiva de todos os mandatos que defendem a ordem, o progresso e o desenvolvimento desse país que alimenta o mundo”, destacou Tenente-Coronel Zucco

Foto: Câmara dos Deputados/Agência Câmara

O deputado federal gaúcho Tenente-Coronel Zucco (Republicanos) protocolou, nesta terça-feira, 07/03, requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ações do Movimento Sem Terra (MST). O parlamentar argumenta que é preciso averiguar a escalada de invasões de propriedades rurais em todo o país, que, segundo ele, se intensificaram após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente do Brasil.

Zucco argumenta que, em dois meses da nova gestão, o número de propriedades rurais invadidas já é superior aos quatro anos de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o qual Zucco é apoiador. “Isso não é normal. Aliás, isso é muito suspeito. Por isso, acabo de protocolar o requerimento de CPI para investigar o MST. Estamos mobilizando a bancada ruralista, a Frente Parlamentar da Agropecuária, para que possamos fazer dessa CPI uma reação coletiva de todos os mandatos que defendem a ordem, o progresso e o desenvolvimento desse país que alimenta o mundo”, destacou Zucco.

Invasões

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu, no dia 27 de fevereiro, três fazendas de cultivo de eucalipto da empresa de papel e celulose Suzano, localizadas nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no extremo sul da Bahia. Além das terras da Suzano, uma 4ª área, da Fazenda Limoeiro, também foi ocupada. O MST alega que a propriedade está “abandonada” há 15 anos. Segundo o movimento, com a invasão, cerca de 1.700 famílias do movimento na Bahia reivindicam a “desapropriação imediata” para realizar uma reforma agrária.

Segundo a secretária de Diálogos Sociais e Políticas Públicas do governo federal, Kelli Mafort, a ocupação de terras é fruto de acordos não cumpridos pela empresa Suzano com o MST. “Em cada situação de conflito, é preciso pensar nas várias camadas e acordos feitos anteriormente”, afirma Kelli.

“É um acordo que, infelizmente, não foi cumprido. Nós estamos falando de pelo menos 12 anos de um acordo firmado pela empresa, pelo movimento, perante as instituições do Estado para que parte daquelas terras fossem destinadas para a reforma agrária, uma vez que nós estamos falando também de terras públicas devolutas”, explica Mafort.

No sábado, 04/03, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse em entrevista à Folha de São Paulo que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protegerá a propriedade privada, conforme a Constituição. Também exigirá o “cumprimento da função social da propriedade”. Teixeira descreveu a invasão do MST como um caso isolado.

*Com informações de G1 Bahia, Brasil 360 e Brasil de Fato