Diogo Siqueira faz balanço de ações de 2023 e expectativas para 2024

Em reunião com a imprensa nesta semana, o prefeito relembrou momentos difíceis para o municípios, como o caso dos mais de 200 trabalhadores resgatados de alojamento e as enchentes de setembro/novembro

Foto: Prefeitura Bento

Na última segunda-feira, 11 de dezembro, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira (PSDB), reuniu a imprensa para realizar um balanço em relação às ações do ano de 2023 e também para falar sobre as expectativas de trabalho para o próximo ano. 

Siqueira iniciou a reunião fazendo uma espécie de retrospectiva dos principais acontecimentos deste ano. Lembrou, inicialmente, de um dos momentos mais difíceis que o município enfrentou, quando a cidade ganhou as manchetes de jornais de todo país devido ao caso dos mais de 200 trabalhadores resgatados em situação de trabalho escravo.

“Tivemos o problema da empresa terceirizada que arrebentou com nossa alma naquele momento. Ficamos tentando explicar nossa versão, que era a versão que a população entendia como verdadeira e que a gente realmente acredita que era a versão verdadeira. Não era um tema só do município ou da região, virou um tema nacional”, lembrou.

O prefeito enfatizou que Bento Gonçalves nunca havia enfrentado um problema desta proporção. “Como cidade, a gente ainda não tinha vivenciado um problema dessa magnitude, com tanta gente envolvida, afetando as duas principais empresas que temos aqui, e uma cadeia produtiva que pega todo o nosso interior. Investimos muita energia naquele momento”, afirma.

Relembre

Na noite de 22 de fevereiro, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio da Brigada Militar (BM), deflagraram uma operação de combate ao trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves.

O objetivo foi o resgate de 207 trabalhadores, sendo a maioria oriundos da Bahia, que atuavam na colheita da uva e abate de frangos na região. A ação ocorreu em um alojamento localizado no bairro Borgo.

Alguns trabalhadores, descontentes com a situação, após fuga, procuraram a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Porto Alegre para realizar a denúncia.

O empresário Pedro Oliveira Santana, dono da empresa Oliveira & Santana, que recrutou os trabalhadores, chegou a ser preso ainda na noite do resgate, porém, no dia seguinte, pagou fiança correspondente a 30 salários mínimos e foi solto.

Os trabalhadores resgatados foram encaminhados ao Ginásio Municipal de Bento Gonçalves, onde o MTE e a prefeitura da cidade alojaram os homens de forma temporária. 

Na mesma semana, quatro ônibus partiram de Bento Gonçalves para a Bahia, levando 194 pessoas. Além deles, nove gaúchos retornaram para suas cidades de origem, no Rio Grande do Sul. Quatro baianos optaram por permanecer em Bento Gonçalves.

Violência nas escolas

Outro momento delicado para o município, mencionado pelo prefeito Siqueira, foi quando um homem de 25 anos invadiu uma creche e matou quatro crianças, em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. A situação repercutiu de forma negativa em todo país, deixando pais aflitos quanto à segurança escolar.

“Passamos por algumas semanas em que todo mundo tinha uma insegurança, todo mundo pensava que a situação podia se repetir. Tinha também muitas Fake News sobre o assunto”, disse.

Siqueira reforçou que naquele momento foi realizado um movimento integrado de ações da Polícia Civil, Brigada Militar (BM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e Guarda Civil Municipal (GCM), para reforçar a segurança nas escolas.

“A gente fez uma força tarefa para conseguir passar nas escolas e dar aquela sensação de segurança, para tranquilizar um pouquinho. E tivemos toda aquela ação de tentar colocar câmeras nas escolas”, salientou.

Enchentes e crescimento populacional

Por fim, o prefeito lembrou também, que no início de setembro, Bento Gonçalves e região foram atingidas pelas enchentes que devastaram, principalmente, os municípios dos arredores, como Santa Tereza, Muçum e Lajeado.

“Tivemos duas enchentes gigantescas, duas enxurradas ao mesmo tempo, e que obviamente vão impactar em 2024. São situações que não se resolvem em uma semana, são situações que vamos ficar um bom tempo trabalhando”, analisou.

De acordo com o prefeito, essa situação cria uma incerteza de desenvolvimento econômico, fazendo com que algumas situações tenham que ser revistas. Além disso, Siqueira explicou que devido aos municípios terem sido destruídos e muitas pessoas terem perdido tudo, Bento Gonçalves deve, ao longo dos próximos anos, receber ainda mais moradores novos.

“As três cidades que mais cresceram percentualmente no Estado foram Bento Gonçalves, Passo Fundo e Lajeado. A população que vivia em Roca Sales, Muçum, Vespasiano Corrêa, Encantado, Santa Tereza. A região do Vale do Taquari baixo, eles estavam indo tudo para Lajeado. Esse fluxo agora começa a se inverter aqui para Bento Gonçalves. Então a gente vai ter um crescimento maior ainda do que a gente já estava tendo”, reforçou.

Como a grande maioria dessas pessoas perdeu tudo nas enchentes, o prefeito enfatizou que “agora a gente começa a abraçar essa população também aqui em Bento de Gonçalves”, afirmou.

Educação

Outro ponto abordado na reunião foi sobre a área de educação. O prefeito relatou que o município está realizando várias obras na área de educação, para ampliar a capacidade de vagas. “Já no início do ano vamos ter creches novas do setor público, 100% municipal, no Zatt, no São Roque, vamos ter a duplicação no Tancredo Neves, no Licorsul. Então, consigo dar uma divisão de vagas em vários locais, principalmente naqueles em que a gente precisa muito”, disse.