Estudante da Serra é premiado nos EUA com tecnologia capaz de reduzir uso de agrotóxicos 

Mais um estudante de Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha, foi reconhecido, desta vez internacionalmente, por uma pesquisa científica. Mateus Colombo recebeu no sábado, 12/06, medalha de prata na Genius Olympiad, de Nova Iorque, uma competição internacional de projetos do Ensino Médio, que tratam sobre problemas ambientais. Neste ano, por conta da pandemia, a competição foi realizada de forma on-line. 

O projeto do estudante barbosense, realizado durante o Ensino Médio na escola Elisa Tramontina, teve como objetivo principal o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de reduzir o uso de agrotóxicos, a qual, “aqui no Brasil, e também no restante do mundo, é uma prática comumente utilizada. Contudo, pode trazer uma série de malefícios e riscos se não utilizados corretamente, como a poluição do meio ambiente e perigos à saúde humana e todos os outros organismos vivos”, ressalta o estudante. 

Com a coordenação da professora Sandra Seleri, o estudante desenvolveu o ‘Biomulching’, uma espécie de lona biodegradável produzida à base de casca de laranja e essência de pimenta para uso como cobertura do solo. “Se chama biomulching, pois vem de ‘mulching’ do inglês, que é técnica de cobertura do solo, e bio porque é biodegradável”, explica Colombo. A técnica impede o crescimento de plantas daninhas e auxilia no controle da umidade do solo. 


 

Além disso, o projeto ainda estudou a possibilidade de agregação de extratos naturais de plantas como alho, alecrim, salvia e pimenta, com o objetivo de repelir os pulgões encontrados na cultura da couve. “Algumas das vantagens do biomulching é que, por ser biodegradável, durando cerca de três meses, ele não irá gerar resíduos plásticos como os mulchings convencionais”, cita o estudante. “Além disso, por apresentar a essência de pimenta, contribui para repelir certas espécies de insetos, como os pulgões, formando uma agricultura mais saudável e segura, sem a utilização de agrotóxicos, e facilitando a vida dos produtores e dos consumidores”, complementa. 


 

Participação na Genius Olympiad

O estudante conta que o caminho foi longo até a classificação para a Genius Olympiad, dos Estados Unidos. Antes do concurso internacional, ele passou por feiras reconhecidas nacionalmente, como a Mostratec e a Febrace, onde recebeu o 4º lugar na categoria engenharia, além de uma credencial para a MCTEA, no Pará. “Foi onde eu ganhei 1º lugar na categoria de ciências agrárias e consegui a credencial para participar da Genius Olympiad”, relata. “Com todas as feiras que eu participei, tive a oportunidade de viajar para outros estados no Brasil e conhecer pessoas de diversos lugares do mundo. Nessas feiras, há bastantes trocas de ideias com os avaliadores e professores, e também fazemos vários amigos. Esse já é um dos benefícios”, continua. 


 

Diferentemente das demais, a Genius Olympiad aconteceu de forma virtual, devido à pandemia. Por conta disso, o estudante conta que foi necessário gravar a apresentação do projeto ainda em maio. “Foi bem interessante, pois nunca havia apresentado em outro idioma, o inglês. E durante maio e esse mês de junho, ocorreram as avaliações dos projetos. Foi um pouco angustiante. Não sabíamos como o projeto estava indo nas avaliações, porque não se tinha contato com os avaliadores”, conta o estudante. 

No último sábado, 12/06, Mateus assistiu a premiação ao vivo pelo Youtube, acompanhado da família. “Felizmente consegui medalha de prata. Fiquei muito feliz com o resultado e, principalmente, pela oportunidade de apresentar em um evento no exterior, onde havia centenas de outros projetos. Eu de Carlos Barbosa, poder falar sobre a minha ideia dentre tantos outros projetos de estudantes de 85 países, é uma sensação muito boa”, expressa. 

Frutos do projeto


 

Hoje, aos 20 anos, Mateus Colombo cursa biotecnologia na UFRGS. Por conta de sua paixão pela ato de cozinhar e pela realização do projeto do Biomulching, o estudante revela que pretende seguir carreira na área de alimentos e agricultura. “Creio que será uma área que gostarei de trabalhar e que poderei contribuir com muitas ideias”, comenta.

Além de uma visão mais clara sobre o futuro, Colombo conta que a pesquisa científica, realizada ainda no ensino básico, auxilia estudantes a obterem mais bagagem para o desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos. “Tudo o que fiz durante esses quatro anos que desenvolvi o trabalho vão agregar bastante na minha vida pessoal e profissional. Nós mudamos a forma como vemos os problemas do mundo e como podemos fazer para melhorar. Seria muito bom se todos os estudantes tivessem a oportunidade de fazer um projeto assim”, finaliza. 

Fotos: arquivo pessoal
 

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