Leandro Boldrini deixa a prisão para participar da seleção de residência médica em Santa Maria
O médico foi condenado a mais de 30 anos de prisão por ser o mandante da morte do filho Bernardo, em 2014
O médico Leandro Boldrini, condenado a 31 anos e oito meses de prisão pela morte do filho Bernardo Boldrini, deixou o Presídio Regional de Santa Maria, na manhã de quinta-feira, 04/01, para realizar última etapa da seleção da residência médica na área de coloproctologia, no Hospital Universitário do município. Ele cumpre pena em regime semiaberto.
De acordo com o edital do Processo Seletivo Público do Hospital da UFSM para Médicos Residentes/2024, apenas uma vaga será destinada a residentes em coloproctologia.
O resultado final será divulgado em 11 de janeiro, segundo o cronograma apresentado no documento. As atividades dos residentes iniciam em 1º de março de 2024 e a residência em coloproctologia tem duração de dois anos.
O caso
O menino Bernardo foi morto em abril de 2014, aos 11 anos, após receber uma superdosagem de sedativo. Além de Leandro Boldrini, foram condenados pelo crime a madrasta do menino, uma amiga dela e o irmão da amiga. Todos foram condenados por homicídio em 2019. No entanto, a sentença de Leandro, considerado mentor do assassinato pelo Ministério Público, foi anulada pelo Tribunal de Justiça em 2021.
Em março de 2023, Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.
Preso desde 2014, ele atingiu o requisito de tempo previsto para passar do regime fechado para o semiaberto. Cumpriu dois quintos da pena, por isso, alcançou o direito à progressão, já que trabalhou desde o início. Boldrini atuava na cozinha do presídio em que estava.
Em julho de 2023, ele foi beneficiado pelo uso de tornozeleira eletrônica em razão da falta de vagas no sistema prisional. Conforme a juíza responsável pela decisão, a medida acompanhou o intendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em setembro, ele passou a cumprir a pena em Santa Maria, ainda com a tornozeleira. O processo foi redistribuído da 1ª Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre para a Vara de Execução Criminal Regional de Santa Maria. Com a mudança de endereço, o novo órgão ficou responsável por dar sequência ao cumprimento das condições até então fixadas.
Leandro Boldrini obteve progressão de regime em julho. Com isso, passou a cumprir a pena no semiaberto. Ele havia sido beneficiado pelo uso de tornozeleira eletrônica em razão da falta de vagas no sistema prisional na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Boldrini está vivendo em Santa Maria, o mesmo município em que estão enterrados os corpos do menino Bernardo Uglione Boldrini e da mãe dele, Odilaine Uglione.
Fonte: g1 RS