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MPT propõe acordo para vinícolas de Bento sobre caso dos 207 trabalhadores

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Segundo o órgão, as vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton se mostraram dispostas para avançar nas tratativas

Foto: RBS TV

As vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton, que usavam serviços terceirizados da empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTDA., em Bento Gonçalves, participaram de reuniões com o Ministério Público do Trabalho (MPT) na sexta, 03/03, e no sábado, 04/03. A terceirizada é investigada por manter 207 trabalhadores em condições análogas à escravidão durante a safra da uva na cidade.

Nos encontros, o MPT apresentou proposta de acordo contendo obrigações para a possível assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, um TAC.

Segundo o MPT, as vinícolas declararam disposição para avançar nas tratativas. As negociações seguem em andamento e nova audiência será marcada para a próxima semana.

Manifestos

Em nota oficial, a vinícola Aurora afirmou que os recentes acontecimentos envolvendo a relação com a empresa terceirizada, Fênix Serviços de Apoio Administrativo, causam profunda vergonha e enfurecem. Além disso, na carta, a vinícola também pediu desculpa aos 207 trabalhadores encontrados em um alojamento de Bento Gonçalves, em situação análoga à escravidão. “Ninguém mais do que eles trazem, nos ombros curados pelo Sol, o peso de uma prática intolerável, ontem, hoje e sempre”, diz o documento.

A Salton seguiu no mesmo sentido, divulgando uma “carta aberta à sociedade brasileira”. Ela ressaltou o seu repúdio a qualquer ato de violação dos direitos humanos, além de ser contrária a qualquer declaração que não promova a pacificação social. Além disso, a empresa destacou que não permitirá omissão. “Não adotamos e nem adotaremos uma posição omissa. De imediato, tomamos medidas internas que dizem respeito à melhoria do trabalho em toda nossa cadeia produtiva”, afirmou.

Cooperativa Garibaldi, em nota à imprensa, disse que “vem cumprindo todas as solicitações e mantendo postura colaborativa com relação às autoridades para o andamento dos trabalhos”.

Recusa

Na quinta-feira, 02/03, a audiência entre MPT e Fênix Serviços Administrativos terminou sem um acordo entre as partes. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, a empresa investigada não aceitou as condições previstas em um termo de ajustamento de conduta (TAC), entre elas, o pagamento de indenização por danos morais.

Segundo o MPT, a empresa não reconhece a ocorrência de trabalho em condições análogas à escravidão, por isso, negou o pagamento de R$ 600 mil de indenização aos trabalhadores.

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