Paciência ou Tolerância

Todos nós sabemos, nem que seja a partir de agora, que virtudes são qualidades positivas dos seres humanos. Aqui, lanço mão do senso comum para definir o que é uma qualidade positiva, haja vista que, no mundo chato em que vivemos hoje, onde tudo é motivo para mimimi, até isso é questionável. 

Sobre o mimimi, aliás, há poucos dias escutei do Vinicius Lima, amigo que já citei aqui em outras oportunidades, uma expressão bem engraçada sobre. Disse ele: “é tanto mimimi nesse mundo que parece que os gatos estão todos gagos”. 

Pois bem, tolerância e paciência são duas virtudes humanas que, por certo, são tidas dentre aquelas positivas pelo senso comum. Elas são, todavia, confundidas uma com a outra. Isso porque, embora de significado semelhante, têm características diferentes entre si. 

Muitas vezes, quando as pessoas dizem: “calma, tenha paciência, são só crianças; e crianças aprontam”, em verdade, está se falando em tolerância. Isso porque, quando se fala em paciência, normalmente se está falando em esperar, no sentido de aguardar que algo aconteça. Tipo, “calma, tenha paciência, as coisas vão dar certo”; ou “tenha paciência. Tudo a seu tempo”. Ninguém diz: “seja tolerante. Tudo a seu tempo”, a menos que tal situação diga com suportar alguma coisa, como quem espera uma promoção de emprego ou uma mudança para uma casa melhor, por exemplo. 

Por “tolerância” entende-se mais para o sentido de suportar, ser indulgente, aguentar, enquanto que “paciência”, por sua vez, é a capacidade de manter o autocontrole, de esperar que determinada coisa aconteça ou, ainda, de tolerar situações incômodas. 

A verdade é que, no mundo de hoje, mesmo que se confunda os significados, pouco se pratica a paciência ou a tolerância. Todos querem tudo na hora. Ninguém mais suporta esperar ou aceitar o mínimo erro dos outros. Todos são perfeitos na hora de cobrar uma postura, não tendo paciência para aceitar que algumas coisas demoram mais do que o tempo da nossa cabeça, mas ninguém mais é tolerante ou complacente com o outro, compreendendo que, mesmo que não foi feito como o proponente queria, quem fez, por certo, deu o seu melhor na hora de fazer algo. Ou espera-se que o tenha feito. 

De qualquer sorte, e na dúvida, sendo ambas virtudes, pratique as duas.

Até a próxima!
 

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