No domingo, o Papa Francisco apareceu na sacada da Basílica de São Pedro e desejou Feliz Páscoa ao mundo
O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (21), às 7h35 (horário de Roma), no Vaticano. O anúncio foi feito pelo Camerlengo, cardeal Kevin Farrell, que destacou: “Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”. Na véspera, o pontífice apareceu pela última vez em público ao proferir a bênção Urbi et Orbi, na sacada da Basílica de São Pedro, desejando Feliz Páscoa ao mundo.
Breve histórico e saúde
Francisco foi sucessor do papa emérito Bento XVI, que renunciou ao pontificado em fevereiro de 2013, aos 78 anos, por motivos de saúde. Eleito no mesmo ano, Francisco tornou-se o primeiro papa das Américas. Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, formou-se técnico em química antes de seguir a vocação religiosa. Foi ordenado sacerdote em 1969, tornou-se bispo auxiliar de Buenos Aires e foi nomeado cardeal em 2001.
Com o tempo, sua saúde se deteriorou. Usava cadeira de rodas, enfrentava infecções respiratórias e foi internado por bronquite em fevereiro de 2025. Mesmo assim, manteve compromissos diários até os últimos meses.
Pontificado marcado por reformas e inclusão
Durante seu pontificado, Francisco promoveu ações históricas:
- Bênção para casais do mesmo sexo: Autorizou, em 2023, a bênção a casais do mesmo sexo fora dos rituais litúrgicos.
- Mulher em gabinete-chave da Igreja: Em 2025, nomeou a freira Simona Brambilla para chefiar um dicastério do Vaticano — primeira mulher a liderar um órgão central da Igreja.
- Milagre na Amazônia: Em 2024, canonizou José Allamano, após milagre reconhecido com um jovem yanomami, em Roraima.
- Ação climática: Em seus últimos discursos, cobrou medidas urgentes contra as mudanças climáticas e alertou: “A Terra está com febre. Ela está doente”.
- Apelo por cessar-fogo: Condenou a violência na guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito em Gaza, após os ataques do Hamas, defendendo soberania, paz e diálogo.
Legado espiritual
Francisco presidiu o funeral de Bento XVI em 2023 e rejeitou, em 2024, a ideia de renúncia, considerando-a “uma hipótese distante”. Morreu como líder atuante, deixando uma Igreja mais aberta, dialogal e voltada às periferias do mundo.