Passagem de ciclone pelo RS causou chuva forte com vento e destruição
As consequências do ciclone ainda estão sendo avaliadas, contudo, a projeção dos modelos matemáticos se concretizou com situação mais grave entre a Serra o Litoral Norte e parte da Grande Porto Alegre
O ciclone extratropical que se formou de quinta, 15/06, para sexta, 16/06, como se esperava, provocou chuva excessiva e rajadas de vento forte no Rio Grande do Sul, de acordo com o MetSul. Os volumes de chuva aumentaram muito a partir do fim da tarde da quinta-feira. As rajadas de vento forte se deram também entre a noite de quinta e madrugada desta sexta-feira.
As consequências do ciclone ainda estão sendo avaliadas, contudo, a projeção dos modelos matemáticos se concretizou com situação mais grave entre a Serra, o Litoral Norte e parte da Grande Porto Alegre.
Os volumes de chuva foram excepcionais e em muitas regiões choveu apenas em um dia o que deveria chover de um a dois meses inteiros. O curto espaço de tempo em que a chuva excessiva ocorreu explica em parte a dimensão dos danos e a rapidez das inundações no Nordeste gaúcho.
De acordo com os dados da rede do Instituto Nacional de Meteorologia e do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, o maior acumulado de 24 horas (até as 3h desta sexta) foi registrado em Maquiné, com 262 mm. Em seguida, Bom Princípio registrou 189 mm, Gravataí teve 188 mm, São Leopoldo 182 mm, Itati 175 mm, Alto Feliz 166 mm, Sapucaia do Sul 163 mm, Três Forquilhas 162 mm, São Sebastião do Caí 158 mm.
Conforme dados do INMET, Bento Gonçalves registrou o acumulado de 124 mm, nas últimas 48h. Equipes da prefeitura seguem em alerta.
Por outro lado, o ciclone gerou vento de moderado a forte, com picos em todo o Nordeste e Leste do Estado. A maior rajada foi registrada em Tramandaí, com 102 km/h às 23h da quinta-feira.
O vento e a chuva forte provocaram deslizamentos de terra, inundações e queda de árvores. Estradas foram bloqueadas em diversos pontos do vale do Paranhana e Litoral Norte por conta de queda de barreiras.
Embora o período crítico em termos de chuva e vento forte tenham passado, o cenário é de risco e alerta ainda em partes do Estado. Isso porque seguirá chovendo ao longo desta sexta-feira que terá tempo ventoso. O solo está saturado de água e segue o risco de escorregamentos em trechos de Serra e encostas.
Além disso, toda essa água irá escoar pelos rios cujas nascentes estão no Nordeste gaúcho. Há risco de subida de rios e provável cheia. Nesse interim, choveu muito na bacia do Sinos, Taquari e Caí. Outros rios e arroios dessas regiões da Serra e Litoral Norte exigem monitoramento e atenção também nas próximas 48 a 72 horas dependendo da área.