“Precisa ter um equipamento que funcione, que não de problema”, diz prefeito sobre a balsa

No último final de semana, pessoas que tentaram utilizar a balsa reportaram que chegaram a esperar cerca de cinco horas para realizar a travessia

Fotos: Diogo Zanetti

A balsa instalada no Rio Taquari, responsável por fazer a travessia de veículos entre Santa Tereza e São Valentim do Sul, após a queda da ponte de Santa Bárbara em setembro de 2023, tem causado divergências. Descrita como “medida paliativa”, a balsa tem gerado inúmeras reclamações desde o princípio, seja após a assinatura do contrato pelo governo estadual, seja a partir da sua operação, no dia 09 de fevereiro.

Importante não apenas para os dois municípios, a travessia do Rio Taquari também é relevante para Bento Gonçalves, principal município da região. O transporte de mercadorias/produtos e a chegada de trabalhadores de outras cidades, por exemplo, dependem de uma boa prestação do serviço – e justamente isso tem causado reclamações.

Para o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSDB), a balsa segue sendo a medida mais assertiva após a queda da ponte e a dúvida de quando uma nova será construída. “A balsa é uma ação paliativa para que a travessia entre os municípios possa ser realizada com mais agilidade. Em período de safra isso é muito importante e necessário. Mas o grande objetivo é a construção da ponte”, afirma à reportagem do SERRANOSSA.

Siqueira participou de reuniões com o governo estadual para discutir o que fazer após o rio levar a ponte de Santa Bárbara. “Naquele momento, o mais rápido era a balsa, para ter uma medida paliativa. Mas o grande objetivo sempre foi a ponte”, reforça, ainda citando uma nova reunião com o governo Eduardo Leite – do seu partido, o PSDB -, realizada na quinta-feira, 22 de fevereiro, contando com a participação de representantes de demais municípios.

Críticas

No último final de semana, pessoas que tentaram utilizar a balsa, que atualmente opera das 6h às 20h, reportaram que chegaram a esperar cerca de cinco horas para realizar a travessia. Também é constante a necessidade de parar o serviço para realizar alguma manutenção no rebocador ou na própria balsa.

O prefeito de Bento Gonçalves concorda com as críticas e afirma que os problemas precisam ser solucionados, sem afetar a população que depende da travessia. “Temos essas mesmas criticas e faremos esse questionamento ao Estado sobre o horário de funcionamento e também sobre essa forma de atuação da empresa [Lacel Soluções em Serviços], que precisa ter um equipamento que funcione, que não de problema de manutenção e seja de acordo com a importância da região”, diz.

O funcionamento da balsa 24 horas não tem previsão para iniciar. A previsão era que no dia 13 de fevereiro o serviço iria se tornar integral, porém, a Lacel justificou que, por motivos de ajustes e segurança, a operação não poderia ser ampliada.

A ponte

Siqueira acredita que o governo estadual cumprirá com a sua palavra na construção da ponte. “É necessário o engajamento de todos os municípios para a construção da nova ponte. Sempre foi a promessa do Estado e a gente segue nessa confiança que se não tivesse o recurso do Governo Federal, seria feito com o recurso Estadual”. Ainda segundo o chefe do Executivo, não haverá um atraso na construção após a instalação da balsa – no caso de Nova Roma do Sul, o governo federal retirou o selo de “prioridade” da construção de uma nova ponte sob o Rio das Antas após a reconstrução da ponte de ferro pela comunidade.

Enquanto a ponte não chega, a região continua sendo afetada negativamente, diz o prefeito. “Afeta a região como um todo. Sabemos que há uma diminuição de logística com a balsa, o que afeta toda região economicamente.”