O balanço dos 100 primeiros dias do governo Guilherme Pasin, apresentado no final da tarde desta sexta-feira, dia 12, foi marcado pelo anúncio de que R$ 7,2 milhões dos R$ 51,6 milhões herdados pela antiga administração foram pagos. A quitação ocorreu após análise individual de cada um dos 419 processos administrativos abertos para verificar se as compras ou contratações estavam dentro do que prevê a lei.
Segundo Pasin, a prioridade foi quitar contas que envolviam o risco de corte de serviços indispensáveis, como água, luz e telefone. “Também demos uma atenção especial às dívidas com o Estado e a União. Se um município ficar inadimplente por três anos consecutivos – e Bento Gonçalves já está há dois – perde direito a transferência de recursos e pode ter projetos suspensos por um período de três anos. Por isso 2013 é crucial e temos que tratar o assunto com muita transparência e responsabilidade”, justificou.
Cerca de metade dos 419 processos administrativos instaurados já foi analisada e liberada para negociação e acerto. Segundo o prefeito, em torno de 10% deles apresentam graves irregularidades e os contratos não serão pagos. O Poder Executivo abrirá sindicância interna para averiguar o envolvimento e a responsabilidade de servidores e levará as questões à Justiça.
Fundação Araucária
A prefeitura anunciou que, horas antes do balanço dos 100 dias ser apresentado oficialmente, outros R$ 900 mil foram depositados na conta da Fundação Araucária – esse montante não foi computado nos R$ 7,2 milhões divulgados. O valor, segundo o prefeito Guilherme Pasin, corresponde à primeira parcela de um acordo feito com a empresa terceirizadora de mão de obra e deve ser utilizado exclusivamente para o pagamento de salários atrasados dos 466 trabalhadores prejudicados pelo rombo nas contas públicas no segundo semestre do ano passado.
R$ 11 milhões em terceirizações
A prefeitura anunciou que os salários do funcionalismo – concursados, cargos de confiança e terceirizados – de janeiro, fevereiro e março deste ano foram pagos em dia. A dívida total com empresas que prestam mão de obra terceirizada é de cerca de R$ 11 milhões. O pagamento parcial para a Araucária foi possível, segundo Pasin, graças a uma ampla negociação cujo primeiro requisito era o envio de um relatório aberto – no qual constam os reais valores de rescisões, salários e lucro obtido pela empresa pelo serviço prestado. Até esta sexta-feira, dia 12, a CCS – outra empresa que presta esse tipo de mão de obra e com a qual o município está em dívida – não havia encaminhado o documento, o que impossibilitou a negociação, segundo a prefeitura.
Reportagem: Greice Scotton
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