Sinais de AVC: Reconhecer pode salvar uma vida
Conheça os sinais de AVC e a importância de agir rápido. Um neurologista explica como a prevenção e o atendimento imediato são cruciais para a recuperação

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das maiores ameaças à saúde pública e a segunda principal causa de morte no Brasil, superado apenas pelo infarto agudo do miocárdio. O impacto da doença é tão significativo que, segundo a Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), uma em cada quatro pessoas sofrerá um AVC ao longo da vida. Portanto, é fundamental entender seus sinais, tipos e a importância do atendimento imediato para evitar mortes e reduzir sequelas.
De acordo com o neurologista Dr. Fábio Zanatta Bassotto, do Hospital Tacchini Carlos Barbosa, o AVC se divide em dois grandes grupos, com causas distintas, mas que exigem a mesma urgência no atendimento.
“O tipo mais comum, correspondendo a cerca de 80% dos casos, é o AVC isquêmico. Ele ocorre quando um coágulo obstrui uma artéria do cérebro, interrompendo o suprimento de sangue para uma determinada área cerebral. Já os 20% restantes são casos de AVC hemorrágico, que acontece quando um vaso sanguíneo se rompe e há um extravasamento de sangue sobre o cérebro.”
O médico também destaca os principais fatores de risco, como:
- a hipertensão arterial (pressão alta);
- obesidade;
- sedentarismo;
- tabagismo, diabetes;
- dislipidemia (colesterol alto); e
- doenças cardíacas, especialmente as arritmias.
Embora tenham origens diferentes, tanto o AVC isquêmico quanto o hemorrágico podem se manifestar com sintomas muito parecidos. É crucial estar atento a esses sinais de alerta, que indicam que o pronto-socorro deve ser procurado imediatamente:
- Dificuldade para falar ou entender o que os outros dizem;
- Perda de força que afeta um lado inteiro do corpo;
- Um desequilíbrio repentino;
- Surgimento de visão dupla.
Correndo contra o tempo
No tratamento do AVC, cada minuto conta. A agilidade entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital é o fator que mais influencia as chances de recuperação do paciente. Essa rapidez pode ser o fator decisivo entre uma recuperação com poucas ou nenhuma sequela e a convivência com limitações permanentes.
“Quando falamos do tratamento do AVC, estamos correndo contra o tempo. Quanto mais cedo o paciente chegar ao hospital, maior será a chance de ser tratado adequadamente”, afirma o Dr. Fábio Zanatta Bassotto. “Nos casos de AVC isquêmico, existem modalidades de tratamento na fase aguda que podem ser oferecidas ao paciente com o intuito de tentar reverter o déficit neurológico instalado. Por isso, quanto mais rápido o paciente chegar ao serviço de emergência, melhor será o seu desfecho e sua capacidade de recuperação.”
Em resumo, a mensagem é clara: ao identificar um ou mais sinais de um possível AVC em um familiar, amigo ou em si mesmo, a atitude correta é procurar o serviço de emergência o mais rápido possível. Essa decisão pode não apenas salvar uma vida, mas também preservar a independência e a qualidade de vida que a doença pode comprometer.