A formação docente em tempos de pandemia
O Ensino Superior representa uma das possibilidades de formação profissional especializada que promove o crescimento pessoal e abre portas para a atuação qualificada no mercado de trabalho. Sob a perspectiva da pandemia do novo coronavírus, estudantes universitários têm vivenciado momentos de incertezas perante os novos contornos impostos, que exigem o realinhamento de objetivos e escolhas. Nesse sentido, o enfoque sobre a formação docente mobiliza uma multiplicidade de questionamentos e, também, novas oportunidades para uma formação que acolhe as transformações advindas desse novo tempo.
O momento reafirma a necessidade da ruptura com o paradigma da certeza e da ilusão do controle sobre os fenômenos e da nossa própria vida. Nascemos, crescemos e fomos educados para o imediatismo e previsibilidade da racionalidade técnica. Porém, nunca em tão pouco tempo aprendemos tanto sobre o oposto a tudo isso. Diante desses pressupostos, a formação de professores tem se debruçado sobre muitas indagações, tais como “Que novo modelo educacional é esse? Qual é o novo perfil do educador para dar conta das expectativas do século XXI? Como as instituições de Ensino Superior devem organizar seus currículos para dar conta dessa formação?”
É nesse sentido que os estudantes do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade de Caxias do Sul, Campus Bento, têm sido oportunizados a construírem conhecimentos que dialoguem com esse novo cotidiano para que desenvolvam competências e habilidades com um novo olhar para a compreensão do processo de ensino e de aprendizagem, alicerçados na pesquisa como princípio educativo, na postura reflexiva e no desenvolvimento da autonomia intelectual.
Da mediação pedagógica na modalidade síncrona à modalidade híbrida e o retorno às aulas presenciais neste segundo semestre de 2021, muitos têm sido os desafios para educadores e acadêmicos no processo de formação para a docência durante o período pandêmico. Sobre este aspecto é possível destacar as vivências de estágio que privilegiam aos acadêmicos a imersão na realidade das escolas através do emprego da tecnologia, das redes sociais e outras formas, de acordo com a organização das escolas-campo de estágio, trazendo novas configurações para o espaço de sala de aula e para as interações da mediação pedagógica. O processo demanda esforços e a (re) invenção tanto dos professores quanto dos acadêmicos na promoção da formação docente de qualidade, que leve em conta as novas exigências e demandas da realidade vivenciada. Tal movimento remete à reorganização da proposta pedagógica dos cursos de licenciaturas e aponta a necessidade de (re) formulação das políticas públicas educacionais voltadas à formação de professores.
À educação cabe a essencial tarefa de formar novos humanos, que dominem conhecimentos e habilidades permeadas pela criatividade, cooperação, capacidade para resolver problemas, comunicação, solidariedade, rapidez na tomada de decisões e grande capacidade de adaptabilidade a novas situações, para o bem estar individual e coletivo. Diante desses aspectos a formação de professores capazes de serem mediadores desse processo se torna cada vez mais essencial e é necessário o reconhecimento do relevante papel da universidade enquanto espaço que proporciona esta formação contextualizada e ressignificada, enquanto um processo sempre em (re) construção.