O aumento da proporção de idosos na população é um fenômeno mundial tão profundo que muitos chamam de “revolução demográfica”. No último meio século, a expectativa de vida aumentou em cerca de 20 anos. Se considerarmos os últimos dois séculos, ela quase dobrou.
O número de idosos no planeta jamais foi tão grande em toda história. A maioria deles concentrada no continente europeu. O fenômeno do envelhecimento populacional global está transformando diversos aspectos na sociedade.
O envelhecimento traz consigo mudanças que geralmente são difíceis de serem aceitas por quem passa pelo processo. O envelhecimento ocorre de forma universal, mas a forma de envelhecer é individual.
As mudanças que ocorrem durante o desenvolvimento do processo de envelhecimento são sentidas de modo particular por cada pessoa. As adaptações podem ocorrer de forma adequada, saudável ou patológica, tudo depende da história anterior.
Quando o idoso se pergunta de que forma pode ser útil, ou o que pode ainda esperar da vida, ou como pode viver, ele já se sente perdendo a sua própria identidade.
Psicologicamente, a velhice é descrita como uma etapa da vida capaz de provocar depressão, sensibilidade às doenças, regressão, sinais de retraimento e ansiedade frente ao desconhecido e à própria velhice.
A consciência do tempo passado é implacável, pois coloca em cheque todo um passado e suas realizações, um presente com um tempo com o qual não sabe lidar, não planejou ter e um futuro impreciso e desconcertante, principalmente pela ideia da morte e suas representações.
A psicologia propõe desmistificar, ressignificar e elaborar todos os medos dessa etapa para que haja o enfrentamento dela e não a negação.
Atingir a idade madura significa o início de uma nova etapa da vida, que se bem preparada e estimulada, pode ser promissora em termos de realizações de projetos, planos e sonhos que foram adiados e que, se o idoso considerar o seu potencial de experiência e sabedoria acumuladas, terá grandes benefícios.
A velhice é uma etapa natural do ser humano. Para envelhecer com dignidade é fundamental aceitar a própria realidade, tirando proveito de tudo o que ela oferece.
*Texto por Andreza Lazzarotto, Psicóloga Clínica
