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Eu tenho valor diante da fragilidade e da doença?

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O ser humano é frágil. Quando nos deixamos dominar pela fragilidade e a fraqueza, qualquer doença nos deixa impossibilitados de trabalhar e de prosseguir a vida. E, diante dessa fragilidade, onde está mesmo o nosso valor? Poderíamos dizer que quando nada mais posso produzir, torna-se claro, que também nos dias de saúde não posso ver meu valor somente na minha produção. Esse “valor” não consiste em minha utilidade em favor de alguém ou alguma coisa, mas consiste em minha dignidade como pessoa que não se perde quando estou fraco, velho, doente ou desempregado. Claro que ninguém quer adoecer, nem sentir-se frágil. Gostaríamos de mostrar sempre nossa força, nosso valor, não só a Deus, mas também as outras pessoas.

É assim que acontece, mas diante da doença, eu tenho valor se me reconciliar com essa doença. Reconciliando-me, sai então de mim algo cheio de valor, darei à minha vida, limitada pela doença, um testemunho de outro valor, o valor infinito do amor. Em minha doença posso tornar-me aberto a Deus. Se eu me reconciliar com ela, ou seja, se eu não protestar o tempo todo contra aquilo que está acontecendo comigo. Existe também casos de doenças assistenciais, aquelas onde as pessoas precisam de uma ajuda contínua e não conseguem mais fazer nada por si mesmas. Então ali como a pessoa vai perceber o seu valor? Nesses casos, eu posso perceber um valor inviolável da vida e da pessoa independente do que acontece. Se lidarmos bem com a doença estaremos dignificando também a nós mesmos. Expressaremos nossa fé de que não podemos perder nossa dignidade de pessoa por nenhuma doença e nem por nossas culpas.

Uma pessoa doente pode tornar-se em sua fraqueza e debilidade um indicador de vida para nós e também, para quem se sente culpado. A doença do outro pode me tornar uma pessoa melhor. Para todas as pessoas fica aberta a chance de começar e recomeçar sempre, tirando o melhor de tudo.

O primeiro passo diante da fraqueza e da doença, é que precisamos nos reconciliar com ela, não protestar o tempo todo. Devemos buscar todos os caminhos para a cura e para a superação. Mas, nos casos em que a pessoa precisa conviver com a doença, se ela protesta o tempo todo, aí ela vai viver mal, pois fica presa a essa fragilidade e não avança. Por outro lado, nos casos em que a pessoa se tornou dependente em todos os sentidos, quem cuida e quem se tornou dependente podem se reconciliar com a vida e com a doença, aceitando essa situação e fazendo o melhor dentro desse cenário. Nisso, Deus que está sempre conosco, que nos cuida e nos ajuda está o tempo todo nos sustentando, sobremaneira, nas nossas doenças, debilidades e fraquezas. É preciso fazer tudo o que precisa ser feito, reconciliar-se com a realidade e seguir em frente.
 

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