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Sobe para 215 o número de trabalhadores resgatados de trabalho análogo à escravidão

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Os novos 24 trabalhadores foram encaminhados ao Ginásio Municipal de Bento Gonçalves, onde o MTE e a prefeitura da cidade, via secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social, alojaram os trabalhadores de forma temporária

Foto: PRF / Divulgação

Na quinta-feira, 23/02, mais 24 trabalhadores, que trabalhavam na safra da uva em Bento Gonçalves e frigoríficos da região, e viviam em condições análogas à escravidão, foram localizados. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os homens estavam em uma pousada no momento em que foi realizada a operação em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF), na noite de quarta-feira, 22/02. Na ocasião, 180 trabalhadores foram encontrados em um pavilhão localizado na rua Fortunato João Rizzardo, no bairro Borgo, em condições degradantes. Agora, o número de profissionais localizados e acolhidos chega a 215.

Os 24 trabalhadores foram encaminhados ao Ginásio Municipal de Bento Gonçalves, onde o MTE e a prefeitura da cidade, via secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social (Sedes), alojaram os trabalhadores de forma temporária. Segundo o órgão, o caso de cada trabalhador está sendo analisado, para que os direitos trabalhistas e indenizações sejam pagos de forma correta.

O empresário Pedro Oliveira Santana, dono da empresa Oliveira & Santana, que recrutou os trabalhadores, na região Nordeste do país, foi preso ainda na noite de quarta, porém, na quinta, pagou fiança – 30 salários mínimos, sendo cerca R$ 39.060 – e foi solto. A defesa do empresário afirmou que não irá se manifestar antes de conversar com o cliente.

Apoio

A prefeitura de Bento Gonçalves informou que desde o início das ações está operando ao lado dos órgãos para dar apoio aos mais de 200 trabalhadores resgatados. Conforme o secretário de Esportes e Desenvolvimento Social, Eduardo Virissimo, foi montada uma estrutura de campanha com logística para o Ministério do Trabalho, alimentação, banho com a disponibilização de itens de higiene, equipe de saúde para atender os trabalhadores, equipe da Assistência social para solicitação de documentos ou outros atendimentos e roupas através da Central do Agasalho do Gabinete da primeira-dama. O empréstimo dos colchões foi realizado pelo exército. Além dos servidores da Defesa Civil e secretaria de Segurança integrando a ação.

“É uma estrutura que permite que possamos oferecer e minimizar o que estes trabalhadores passaram e para dar suporte para o trabalho dos órgãos que estão à frente da investigação”, destaca o secretário.

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSDB), lamentou o caso via redes sociais, se dizendo indignado com a situação dos trabalhadores, que viram em Bento Gonçalves uma oportunidade, mas que, ao chegarem aqui, se depararam com promessas não cumpridas e péssimas condições.

“Assim que fomos informados da ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Prefeitura se colocou à inteira disposição das autoridades para ajudar no que for possível. Nós, enquanto administração, estamos honrando a trajetória de nossa cidade e cuidando do atendimento, da alimentação e da saúde dos trabalhadores resgatados, enquanto as forças federais se ocupam do trabalho de investigação”, escreveu.

Diogo ainda destacou que, neste primeiro momento, o objetivo principal é cuidar das pessoas. Após, será o momento de encontrar maneiras de evoluir e garantir que esses fatos jamais se repitam. “São muitas as vítimas em episódios deste tipo: os trabalhadores, a cidade como um todo, as vinícolas e a maioria esmagadora de nossos agricultores, gente séria e honesta, que dedicam sua vida a abastecer nossas mesas. Estejam certos de que Bento Gonçalves é uma só, estamos todos juntos e não podemos falhar com ninguém”, concluiu.

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